Presidente da Anpae aponta para revogação do Novo Ensino Médio e pede política de Estado
O presidente da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), professor Luiz Dourado, argumentou, na audiência pública "Democratizando o Ensino Médio", que é necessária a construção de uma política de Estado para se avançar na perspectiva desse nível educacional. A participação do educador foi feita no auditório 2 do Palácio Maguito Vilela, na tarde desta segunda-feira, 5.
De acordo com Luiz Dourado, deve-se romper com dualismo ou defender a educação propedêutica ou defender a educação profissional. O professor observou que o ensino médio, historicamente, sempre foi secundarizado no escopo das políticas educacionais e que, até o impeachment da presidente Dilma Rousseff, houve um debate aprofundado e democrático sobre o mesmo em fóruns e conferências que estavam subsidiando o Ministério da Educação e que é preciso retomar esse momento para avançar. Em um desses encontros, apontou o professor, das 20 entidades participantes duas defenderam a adequação e 18 foram favoráveis à revogação do ensino médio, acrescentando que essa é uma sinalização importante e que vem ao encontro da Carta de Natal, elaborada na Conferência Nacional Popular de Educação (Conape) em 2020, que também reivindicou a revogação do Novo Ensino Médio.
O presidente da Anpae opinou, ainda, que após o impeachment da mandatária petista houve um “retrocesso sem precedentes nas políticas sociais e educacionais”, e chamou atenção para dados de cobertura educacional na comparação dos anos de 2020 e 2021. Na faixa dos 6 aos 14 anos, ele apontou que a queda na universalização da cobertura caiu de quase 98% para 95.9% e que, na faixa dos 15 aos 17 anos, os dados sinalizam cobertura educacional de 74.5%, distante da meta preconizada de 85%. “Não podemos culpabilizar apenas a pandemia, tínhamos um conjunto de políticas na contramão do direito social, e as assimetrias se intensificaram”, comentou.