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Audiência pública no dia 20 marca Dia Nacional da Consciência Negra

17 de Novembro de 2017 às 18:24

A Assembleia Legislativa de Goiás, por iniciativa da deputada Isaura Lemos (PCdoB) e em parceria com o deputado Marlúcio Pereira (PSB), realizará na segunda-feira, 20, às 9 horas, audiência pública para tratar de temas alusivos ao Dia da Consciência Negra. O evento terá lugar no Auditório Solon Amaral.

Lideranças e autoridades públicas que trabalham em favor da inclusão social da população negra serão convidadas a apresentar propostas, requerimentos e projetos com essa temática aos deputados, para que estes também possam participar do debate e propor medidas legislativas em conformidade com os pleitos apresentados.

Os debates servirão, então, como oportunidade para que os presentes possam discutir a história de preconceito racial que sofreram, a inferioridade da classe no meio social, as dificuldades encontradas no mercado de trabalho, a marginalização e discriminação. Serão tratados também temas como beleza negra, moda, conquistas, etc. Ao final do evento, os parlamentares farão uma homenagem às pessoas que historicamente lutam contra a discriminação de raça.

A audiência será realizada no Auditório Solon Amaral da Casa e contará com apresentação musical do Grupo Visual Ilê.

Histórico

O dia 20 de novembro faz menção à consciência negra, a fim de ressaltar as dificuldades que os negros passam há séculos. A escolha da data foi em homenagem a Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares, em consequência de sua morte. Zumbi foi morto por ser traído por Antônio Soares, um de seus capitães. A localização do quilombo ficava onde é hoje o Estado de Alagoas, na Serra da Barriga.

O Quilombo dos Palmares foi levantado para abrigar escravos fugitivos, pois muitos não suportavam viver tendo que aguentar maltratos e castigos de seus feitores, como permanecerem amarrados aos troncos, sob sol ou chuva, sem água e sofrendo com açoites e chicotadas. O local abrigou uma população de mais de 20 mil habitantes.

Ao longo da história, os negros não foram tratados com respeito, passando por grandes sofrimentos. Pelo contrário, foram escravizados para prestar serviços pesados aos homens brancos, tendo que viver em condições desumanas, amontoados dentro de senzalas.

Muitas vezes suas mulheres e filhas serviam de escravas sexuais para os patrões e seus filhos, feitores e capitães do mato, que depois as abandonavam.

As casas dos escravos eram de chão batido, não tinham móveis nem utensílios para cozinhar. As esposas dos barões é quem lhes concedia alguns objetos, para diminuir as dificuldades de suas vidas. Nem mesmo estando doentes eram tratados de forma diferente, com respeito e dignidade. Ficavam sem remédios e sem atendimento médico, motivo pelo qual inventaram medicamentos com ervas naturais, ações aprendidas com os índios durante o período de colonização.

Algumas leis foram criadas para defender os direitos dos negros, pois muitas pessoas não concordavam com a escravização. A Lei do Ventre Livre foi a primeira delas, criada em 1871, concedendo liberdade aos filhos dos escravos nascidos após a lei. No ano de 1885, foi criada a Lei dos Sexagenários, dando liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.

Porém, com a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, foi que os escravos conquistaram definitivamente sua liberdade.

O grande problema dessa libertação foi que os escravos não sabiam realizar outro tipo de trabalho, continuando nas casas de seus patrões, mesmo estando libertos. Com isso, a tão esperada liberdade não chegou por completo.

As oportunidades de vida que tiveram eram limitadas apenas aos trabalhos pesados, como não haviam estudado e não aprenderam outros ofícios além dos braçais, porém, alguns conseguiram emprego no comércio.

O dia da consciência negra surgiu, portanto, para lembrar o quanto os negros sofreram, desde a colonização do Brasil, suas lutas, suas conquistas. Mas também serve para homenagear àqueles que lutaram pelos direitos da raça e seus principais feitos.

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