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Semana de Arte Negra na Alego

20 de Novembro de 2017 às 19:15
Crédito: Denise Xavier
Semana de Arte Negra na Alego
Abertura das atividades da Semana de Arte Negra, 3ª edição
Por iniciativa da deputada delegada Adriana Accorsi, Assembleia comemora Dia da Consciência Negra abrindo a Terceira Semana de Arte Negra. A programação vai até quinta-feira, dia 23, no saguão da Alego.

A deputada Delegada Adriana Accorsi (PT) abriu, na tarde desta segunda-feira, 20, data em que se comemora Dia da Consciência Negra, a 3ª edição da Semana de Arte Negra da Alego. A programação, que vai até a próxima quinta-feira, 23, inclui feira de exposições e apresentações culturais diversas, todas associadas à valorização das tradições afro-brasileiras. A inauguração contou com o show da banda MonoGroove. O evento ocorre no saguão interno da Casa Legislativa.

Além da deputada, Delegada Adriana Accorsi, organizadora do evento, participaram da cerimônia de abertura da 3ª Semana de Arte Negra da Alego o deputado federal Rubens Otoni (PT/GO) e a presidente nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Iêda Leal, homenageada com o título de personalidade do ano por seu histórico de luta pela igualdade no Estado. No momento, também houve a participação da presidente diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT/GO), Kátia Maria; da secretária de Igualdade Racial do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Roseane Ramos Silva; e da artista plástica Iara Leal, também curadora da Feira de Arte Negra, em exposição, esta semana, na Casa Legislativa.

Em sua fala de abertura, a deputada Adriana Accorsi ressaltou a importância do evento para o seu mantado, para o Estado e para as lutas que chamou de “tão caras para nós”. “Essa feira mais do que comércio é momento de visibilidade de uma cultura tão bonita, que nós precisamos respeitar e conhecer, para amar. E saber que ela faz parte da cultura brasileira, da construção do nosso país, desse povo trabalhador, forte e corajoso”, justificou.

O deputado Rubens Otoni parabenizou o trabalho de sua colega parlamentar e destacou a importância da iniciativa para as lutas em defesa do trabalhador. “Hoje de maneira muito especial temos a oportunidade de mostrar o espaço, a criatividade, a arte, a cultura, aquilo que as comunidades desenvolvem, contribuindo para formarmos uma nova consciência. Uma consciência onde não haja lugar para o preconceito, para intolerância, para o ódio e para o racismo, mas que faça com que todo seja dia de consciência negra, da consciência que as pessoas têm que viver com dignidade e irmanados num mesmo objetivo”, ponderou.

A homenageada do dia, Iêda Leal, agradeceu à acolhida do povo negro na Casa do Legislativa e lembrou o valor da união em torno do combate ao racismo e outras formas de discriminação. “Ao assumir coordenação nacional do movimento negro unificado, eu disse que não andaria só. Vou andar ao lado das pessoas que acreditam que num outro mundo, sem racismo, sem sexismo, não homofóbico, não lesbofóbico. Um mundo em que as pessoas possam olhar nos olhos umas das outras e sentir vontade de viver juntas”, afirmou.

A convidada Katia Maria, defende, em sua fala, a ideia de que a luta pela igualdade racial não é apenas restrita ao movimento negro, mas algo que compete a todo cidadão brasileiro. “Precisamos ir todos juntos na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. Precisamos colocar a cultura negra de volta aos espaços de onde não devia ter saído. E é somente ocupando esses espaços que a gente mostra quem somos: uma comunidade combativa, que luta para combater cada vez mais a discriminação e qualquer tipo de preconceito que nos impeçam de irmos juntos rumo à construção de uma sociedade melhor”, argumentou.

Roseane Silva também elogiou a iniciativa por garantir espaço de visibilidade para a história e cultura negra. “Nosso trabalho é prioritariamente no campo da educação. Hoje o dia é especial porque homenageia os nossos antepassados, Zumbi, Dandara. Por isso nós ocupamos as ruas, que é o nosso lugar, para dizer ‘racismo é crime, denuncie’. Essa foi a culminância de nossa luta diária. Nós não estamos pedindo tolerância, porque não se trata de questão de tolerar, mas de conhecer, de reconhecer para respeitar”, enfatizou.

Roseane também destacou que existem hoje em Goiânia e no estado de Goiás mais de 10 mil educadores trabalhando, dentro da escola, a questão da igualdade racial, promovendo as relações baseadas no respeito à diversidade.

Programação

Na programação do evento, inclui-se a realização de duas exposições: a Feira Preta e a Feira de Arte Negra, que integram, num só espaço, arte, culinária e moda. Além disso, haverá também atividades culturais diversificadas que contarão com roda de capoeira, desfile de moda, escola de samba dentre outras apresentações musicais e de danças.

A curadora da Feira de Arte Negra, Iara Leal, destacou que a importância da feira é valorizar o empreendedor negro. “A feira é um marco e sempre traz produtos que retratam a nossa africanidade. O diferencial dessa exposição é que ela tem como temática as nossas raízes negras. O trabalho é todo voltado para a valorização das deusas e guerreiros negros, das tradições africanas e é importante para que as pessoas possam conhecer os artistas e valorizarem nossa cultura afro-brasileira”, defendeu.

Iara Leal enfatizou que iniciativas como essa “abrem portas para os artistas negros”. A exposição organizada por ela inclui obras de cinco artistas atuantes na capital. Ao todo, as duas feiras contarão com a participação de 80 expositores, distribuídos entre os quatro dias de realização do evento.

Na abertura do evento houve a apresentação da banda goiana MonoGroove, que é composta por Thiago Chiba (voz, violão, guitarra e produção musical), Ricardo Paniago (voz, percurssão e produção musical) e Leo Tokaia (bateria, arranjos e produção musical). O grupo musical combina diversos estilos musicais como o reggae, o baião, o soul e a MPB. No repertório, releitura de clássicos da música popular nacional. Na noite de hoje, ainda estão previstas a realização de uma roda de capoeira (19h) e a apresentação da Escola de Samba Brasil Mulato (20h).

 

Consciência Negra

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em todo o Brasil no dia 20 novembro. Foi instituído mediante a Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, sendo feriado em mais de mil cidades do país e nos estados de Alagoas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro, em virtude de decretos estaduais. A data é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, tendo sido escolhida em homenagem à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.

Na manhã dessa segunda-feira, foi realizada audiência pública sobre o tema na Assembleia Legislativa. A iniciativa foi promovida pelos parlamentares Isaura Lemos (PCdoB) e Marlúcio Pereira (PSB).

 

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