Comissão Mista debate regulamentação da carreira de procurador autárquico
Apesar de não ter sido votado, o projeto de lei nº 4957/17 entrou em pauta em reunião da Comissão Mista realizada nesta quarta-feira, 6. Ele institui e regulamenta a carreira de Procurador Autárquico no Estado de Goiás, que passará a representar e prestar assessoria judicial às autarquias e fundações estaduais.
O modelo proposto, copiado por outros entes da federação, seria similar ao implementado pela União em 2010, que reconhece a coexistência das carreiras de Advogados da União, que atuam na Administração Direta, e dos Procuradores Federais, atuantes na Administração Indireta.
Ao discutir a matéria, o deputado Virmondes Cruvinel (PPS) pediu que sua tramitação fosse interrompida por um tempo para que os parlamentares pudessem analisar melhor o texto e suas implicações. Procurador do Estado licenciado, Virmondes pede a realização de audiências públicas e solicita relatório da Junta de Programação Orçamentária e Financeira (Jupof) sobre impacto orçamentário antes da votação.
Adriana Accorsi (PT) também manifestou vontade de ter mais tempo de analisar o projeto de lei em questão, que teria recebido parecer contrário do Ministério Público Estadual e estaria sendo questionada na Justiça. “Como a constitucionalidade dessa matéria está sendo questionada judicialmente, acho necessária uma maior reflexão. Sempre serei favorável ao pleito de trabalhadores por melhores condições e salários, mas, ao mesmo tempo, não posso aprovar matéria inconstitucional”, finalizou.
Também houve questionamento por parte de alguns parlamentares, como de José Nelto (PMDB) e de Isaura Lemos (PCdoB), sobre o processo de seleção dos procuradores autárquicos.
Lincoln Tejota (PSD), relator da matéria na Casa, é por sua aprovação. Ao defendê-la, o parlamentar afirmou que o texto é totalmente constitucional, uma vez que a carreira é prevista pela Constituição do Estado de Goiás em seu artigo 92-A. Ele ainda pediu apoio dos pares para que o avanço de uma carreira não fosse tolhido. Também favorável, o deputado Cláudio Meirelles (PR) defendeu o reconhecimento e a importância da regulamentação da função.
Não havendo consenso, o líder do Governo, deputado Francisco Oliveira (PSDB), decidiu pedir vista do texto. Temporariamente suspenso, ele será melhor analisado pelos parlamentares antes de ser deliberado.