Psicóloga diz que data é dia de tristeza, mas também de luta
A psicóloga Raílda Gonçalves Martins fala sobre atuação do Núcleo de Vigilância à Violência e Promoção da Saúde durante solenidade em homenagem ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual das Crianças e Adolescentes. A cerimônia ocorre na manhã desta sexta-feira, 18, no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Raílda conta que o Núcleo conseguiu promover muitos avanços, mas que há muitas ações que ainda precisam ser melhoradas. “Fazemos estudos de casos e acompanhamos de perto cada um. Temos como critério o risco de morte, vulnerabilidade da vítima, vinculo do autor com a vítima, rede familiar não protegida, etc.”, explica.
A profissional conta que o trabalho é dividido em grupos e há cobrança de resultados de cada um. “Sempre cobramos de cada grupo de trabalho. Claro que com muito respeito e reconhecemos que nossos parceiros são muito comprometidos”, fala.
Ela lembra que a data de hoje é um dia de tristeza mas também de luta. “Hoje lembramos a morte de Araceli [Cabrera Crespo tinha 8 anos quando foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada, no Espírito Santo, em 1973]. Mas, também é um dia que significa muita luta para a vida e com os direitos de nossas crianças e adolescentes. Despertamos a necessidade de dizer não. A cada ano nos fortalecemos mais enquanto rede para fazermos esse enfretamento, pois entendemos que é crime ter relações sexuais com crianças e adolescentes”, afirma Raílda.
A psicóloga traz dados do disque 100. “No Brasil, nos anos de 2015 e 2016, de todas as ligações recebidas pelo disque 100, 10% foram denúncias de abuso sexual. A maior parte são meninas. Os dados mostram que 40% dos casos é referente a crianças de até 11 anos. Os abusadores são homens são de 18 a 45 anos em sua maioria. Cerca de 500 mil crianças são vítimas da indústria sexual por ano” relata.