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Notícias dos Gabinetes
Lissauer sugere mudança para frangos

13 de Junho de 2018 às 12:59

 

Em audiência pública realizada no Senado, nessa terça-feira, 12, solicitada pela senadora Lúcia Vânia (PSB), com a presença do ministro da Agricultura Blairo Maggi e diretores da BRF, para debater os impactos da empresa em Goiás. Devido aos embargos de exportação, o vice-presidente de corporativa, Jorge Lima, disse que a Brasil Foods irá desativar a linha de produção de perus em Mineiros, no Sudoeste. Como representante político da região e coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária na Assembleia Legislativa de Goiás, o deputado Lissauer Vieira, fez gestões junto à diretoria da empresa, para realizar estudos no sentido de aproveitar o que será desativada para aumentar a produção de frangos na unidade.

“Sabemos da responsabilidade social que a BRF tem. A desativação de 25% da unidade de Mineiros, anunciada pelo vice-presidente Jorge Lima, vai afetar de sobremaneira a população do município, então nada mais justo que, o mais rápido possível, a indústria se adeque para transferir toda estrutura de granja e parque industrial, para produção de frangos”, cobrou o deputado. Conforme respondeu Jorge Lima, a empresa vai levantar estudos e projetos para a adaptação e, acredita, “se nada mais acontecer no mercado internacional, dentro de seis meses a indústria poderá voltar ao normal com abates de frangos”.

A BRF informou que irá demitir 50% dos trabalhadores da linha de produção de perus, que será desativada a partir da segunda quinzena de julho deste ano. A empresa disse que os termos contratuais vigentes serão honrados junto aos atuais integrados. A BRF também irá acionar todos os produtores da localidade nas semanas seguintes para comunicar os próximos passos. A outra metade dos trabalhadores que integram a área que será fechada deverá ser realocada em outros processos produtivos na mesma unidade ou em fábricas próximas, “dependendo da disponibilidade de mobilidade e a existência de posições equivalentes”.

O vice-presidente da BRF relatou que a decisão foi tomada depois da empresa ter sido “atacada pelo mercado internacional, principalmente pela União Europeia, Arábia Saudita e China, que promoveram uma barreira aos produtos exportados.  “A revisão tem como objetivo a adequação da estrutura à demanda do mercado e a melhor alocação de recursos. Dessa forma estaremos mantendo 65% da indústria de Mineiros em funcionamento, na produção de frangos e as unidades de Rio Verde, Jataí e Buriti Alegre, voltarão ao normal assim que os funcionários voltarem das férias coletivas,” justificou.

A BRF é uma das maiores companhias de alimentos do mundo, possui mais de 30 marcas, entre elas Sadia e Perdigão. A empresa reúne cerca de 13 mil produtores integrados, mais de 30 mil fornecedores (4 mil apenas de grãos, farelos e óleos), 240 mil clientes em todo o mundo e 110 mil empregados.

Resultado

Ao final da audiência pública ficou definida a criação de duas comissões no Senado. “Uma para exigir do Itamaraty uma posição mais enérgica em relação aos países que estão formando a barreira contra os produtos brasileiros e a outra para acompanhar a situação da unidade da BRF em Mineiros”, informou a senadora Lúcia Vânia. “Essa situação cria uma crise na cidade, que gira muito em torno da empresa, por questão de emprego e também da aquisição dos animais de produtores da região”, completou a parlamentar.

Na opinião do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, os embargos impostos pela Europa à carne brasileira no ano passado, durante a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, foram motivados por questões econômicas, e não de saúde pública. Maggi disse que há mais de 2 mil tipos de salmonela e apenas dois que podem afetar a saúde. Esses dois tipos nocivos, segundo Blairo, não estavam presentes na carne brasileira.

"A questão de fechamento de carne não era de saúde pública; era mercado", disse o ministro. "Tanto que, com o pagamento extra de 1024 euros por tonelada, você entrava com a salmonela na Europa. Por quê? Porque ela não faz mal à saúde, está presente nos alimentos". Blairo Maggi disse que o Brasil têm sido um dos países que mais crescem em proteína animal no mundo e que deve se adaptar mais rapidamente a mudanças no mercado.

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