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Liderança do PT

17 de Julho de 2018 às 10:40
Crédito: Denise Xavier
Liderança do PT
Dep. Del. Adriana Accorsi
Líder da sigla, deputada Delegada Adriana Accorsi faz balanço da atuação do seu partido no primeiro semestre e defende corte de ponto de parlamentares que faltarem às sessões por causa da campanha eleitoral de outubro.

Com dois deputados compondo a sua bancada na Assembleia Legislativa (Alego), o Partido dos Trabalhadores (PT) afirma que pretende resgatar o desempenho alcançado no início desta 18ª legislatura e reconquistar, ou até mesmo aumentar, nestas próximas eleições, as quatro cadeiras já ocupadas no Parlamento Goiano. É o que informa a líder da legenda na Casa, deputada Delegada Adriana Accorsi, em entrevista à Agência de Notícias da Alego. Ela faz um balanço semestral das atividades realizadas pela sigla na Casa de Leis.

Adriana afirma que, apesar dos abalos políticos sofridos por seu partido em nível nacional, com a condenação por corrupção e consequente prisão de seu líder maior, Luiz Inácio Lula da Silva, a expectativa é de vitória para o pleito que se aproxima. “A nossa esperança é de uma eleição onde tenhamos espaço para resgatar tudo que o PT fez pelo Brasil, por Goiás e por Goiânia e que tenhamos também a oportunidade de colocar a importância de se defender a democracia e os direitos sociais conquistados pela luta dos trabalhadores, principalmente nas áreas da educação, segurança e agricultura familiar”, ponderou a deputada.

Única candidata à reeleição pelo PT no Parlamento Goiano, Adriana faz um balanço positivo de seu primeiro mandato como deputada estadual. “Tem sido uma experiência muito rica, de muito aprendizado, pois me fez conhecer de forma muito mais profunda o nosso Estado, as necessidades, sonhos e angústias da nossa população. Buscamos realizar nosso trabalho de forma bastante democrática, com muita participação popular. Realizamos dezenas de audiências e reuniões públicas, dezenas de visitas tanto no interior do Estado quanto em cada canto de Goiânia e da região metropolitana, conversando com pessoas de várias categorias, buscando sempre essa defesa dos direitos do povo trabalhador, um dos motivos da criação do PT”, avaliou.

Dentre as questões em evidência, em seu mandato, ela destaca a sua atuação frente as pautas relacionadas à defesa das mulheres, da criança e do adolescente e de uma segurança pública cidadã. “Foi também um mandato que teve muita atuação parlamentar, onde foram apresentados muitos requerimentos e projetos de lei. Tivemos um destaque nesta área, tanto que fomos escolhidos como a segunda melhor deputada do Estado, o que é um orgulho.”

Adriana divide atualmente a bancada do PT na Alego com o deputado Luis Cesar Bueno. Ele deverá concorrer a uma das duas vagas disponíveis no Senado Federal para o Estado de Goiás. As outras duas vagas do PT na Casa foram ocupadas por Humberto Aidar, que migrou para o MDB, e por Renato de Castro, que renunciou à cadeira no Parlamento Goiano para assumir a Prefeitura de Goianésia, em 2016.    

Além de Adriana, que concorrerá à reeleição, são cotados para disputar o pleito o ex-deputado estadual e vereador por Goiânia Mauro Rubem e a ex-prefeita de Valparaíso de Goiás Lucimar Nascimento. A lista também inclui o estudante Mateus Ferreira, que ficou conhecido nacionalmente após sofrer agressão de um policial militar durante protesto ocorrido nesta Capital, em abril do ano passado; a vereadora de Cidade Ocidental Kedma Karen; e Tadeu Costa, militante do movimento ligado à juventude ambientalista e representante da cidade de Pirenópolis.

Fala da deputada sobre outros assuntos: 

Insatisfação na política

Para Adriana, a crise política e a insatisfação popular dela decorrente só serão solucionadas mediante a retomada do curso da democracia no Brasil. Segundo ela, isso exige uma postura “mais transparente e próxima da população” por parte das personalidades em atuação na política contemporânea.

Ela observa que, como o Brasil não tem, de forma geral, uma tradição partidária, a história de credibilidade pessoal de cada candidato junto à população acaba sendo fator determinante para as votações. “É claro que o partido tem uma série de princípios, definições e pensamentos, que a gente acredita, em tese, que a pessoa defende ao se filiar. Por isso é importante, sim, saber qual o partido que a pessoa está. Mas a história do que a pessoa já fez, os serviços prestados também são importantes. Então eu acredito que as pessoas devem pesar os dois elementos na hora de decidir o seu voto.”        


Reforma política e eleitoral

A reforma política e eleitoral (Lei nº 13.487/2017), realizada em 2017, pelo Congresso Nacional, aprovou várias mudanças na legislação que regula as eleições no Brasil. Dentre elas está a que dispõe sobre a durabilidade da cobertura midiática das campanhas. Segundo informações coletadas na página oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a propaganda gratuita no rádio e na televisão terá início em 31 de agosto (37 dias antes das eleições) e término no dia 4 de outubro. O período foi reduzido de 45 para 35 dias.

Adriana considera que tais mudanças afetarão, sobretudo, as campanhas majoritárias. Para conquistar a simpatia e voto do eleitorado, ela aposta em estratégias que articulam o tradicional contato direto com o eleitor, principalmente os que vivem nas zonas rurais do estado, às modernidades trazidas pelas novas mídias.

“Nessa eleição, em razão da crise política e de credibilidade, o contato corpo a corpo dos candidatos e líderes políticos com a população é que será mais importante, assim como as redes sociais, que, a cada eleição, têm tido um papel mais decisivo, porque mais pessoas têm acesso a elas. Numa campanha como essa, muito mais curta, a rapidez das redes sociais será fundamental para demonstrar propostas, divulgar candidaturas, dialogar com a população”, salientou.

Ao avaliar as consequências trazidas pela reforma, Adriana diz que as mudanças foram pouco satisfatórias. Ela faz nítida alusão, neste caso, à aprovação da controversa cláusula de barreira (Emenda Constitucional nº 97/17), que cria, a partir do resultado das eleições de 2018, normas de desempenho eleitoral para que os partidos políticos tenham acesso ao fundo partidário e ao horário gratuito de rádio e televisão, além de acabar com as coligações para eleições proporcionais para deputados e vereadores, a partir de 2020.

“É preciso fazer muito mais para que a gente realmente garanta a democracia e o acesso das pessoas à política, mesmo que sejam de grupos minoritários. Na verdade as restrições da Justiça Eleitoral não são um problema para o PT, porque sempre realizamos campanhas muito humildes, com gasto financeiro ínfimo”, comentou Adriana.

Ela se diz favorável ao aumento do rigor no que tange aos financiamentos e gastos com campanhas eleitorais. Hoje, com as alterações na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997), somente pessoas físicas podem fazer doações, estando os valores limitados a até 10% dos seus rendimentos brutos verificados no ano anterior.

“A intenção é que, no futuro, só contribuições individuais, em pequeno valor aconteçam, que não existam mais financiamentos de grupos privados das campanhas. Que todas as campanhas sejam realmente humildes, uma vez que é importante que todos possam ter acesso à participação política”, defendeu a parlamentar.

Ela destacou ainda que a falta de recursos financeiros para custear as campanhas é um dos motivos principais da ainda baixa representatividade feminina na política. “Muitas mulheres não têm acesso e oportunidade de serem eleitas por não serem, em sua maioria, líderes de grandes grupos políticos, ligados a grupos econômicos”, pondera.

Uma das novidades nas eleições deste ano é a possibilidade de candidatos utilizarem o financiamento coletivo para arrecadação de recursos para a campanha.


Eleições majoritárias

Ao falar sobre as influências das eleições majoritárias para o pleito em Goiás, ela afirma que a escolha do novo presidente deverá determinar os rumos do Brasil nos próximos anos. “Essa eleição é crucial para história brasileira e de cada pessoa que vive no nosso país, porque hoje a gente tem um governo que restringe por 20 anos os investimentos em educação e saúde, o que significa retroceder à miséria, à fome. Todas as pessoas precisam saber a importância de virar essa página triste que estamos vivendo no Brasil para que possamos realmente voltar ao desenvolvimento, a ter uma economia que garante a inclusão social, com benefícios que deem a oportunidade para as pessoas de origem humilde terem acesso à educação e ao emprego.”


Reeleições e atividades parlamentares

Uma das principais preocupações da Alego é com a continuidade das atividades parlamentares durante o período eleitoral, visto que a maioria dos deputados deverá tentar a reeleição, sobretudo em campanhas a serem realizadas no interior do Estado. Ao todo, 35 deles já manifestaram interesse em defender, no pleito de outubro, a sua permanência no Parlamento Goiano.

Adriana defendeu a manutenção das obrigações parlamentares. Segundo ela, estas não podem ser prejudicadas em razão das campanhas. Ela ainda afirmou ser contrária ao sistema de rodízio nas bancadas para a garantia de quórum nas votações em Plenário. E manifestou apoio à proposta apresentada pelo deputado José Vitti (PSDB), presidente da Casa, referente a corte de ponto dos parlamentares que faltarem, injustificadamente, às sessões plenárias.  

“Eu acredito que tem que ser estimulada a fiscalização do trabalho dos deputados por parte da população e de todos que têm interesse no bom andamento das instituições públicas no Estado. Nós temos que cumprir as obrigações para as quais fomos eleitos e, pelo menos, participar das sessões. Sou uma das deputadas mais assíduas. Vou continuar fazendo isso, mesmo sendo pré-candidata à reeleição, porque acredito que isso seja uma obrigação de todos os parlamentares”, argumentou.

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