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Semana do Folclore

18 de Agosto de 2018 às 15:00
Crédito: Foto Divulgação Prefeitura da Cidade de Goiá
Semana do Folclore
Procissão do Fogaréu
Várias manifestações do folclore goiano podem ser conferidas na Assembleia Legislativa, nesta semana. Farricocos, grupos de catiras, de folia de Reis e apresentações musicais estão programadas para evento na Alego.

Cavalhadas, Procissão do Fogaréu, Folias de Reis, Congadas, Festas do Divino. Estas são algumas manifestações típicas do folclore goiano que voltarão a colorir o saguão da Assembleia Legislativa (Alego) nesta semana. O evento marca as comemorações da Semana do Folclore que é realizada, anualmente, nas dependências desta Casa de Leis. A iniciativa, que já vai para a sua quarta edição, irá ocorrer entre os dias 21 e 23.

No centro da cena, este ano, estarão presentes os Farricocos, personagens ícones da Procissão do Fogaréu. A manifestação trata de festividade católica que é realizada anualmente na Cidade de Goiás, na madrugada da quinta-feira santa. A programação completa do evento, que é promovido pela Seção de Atividades Culturais da Casa, deverá ser divulgada em breve.

A edição anterior foi protagonizada, por sua vez, pelos Mascarados, figuras que prestam colorido às Cavalhadas de Pirenópolis, durante a Festa do Divino Espírito Santo. Esta festividade foi reconhecida como patrimônio imaterial brasileiro, registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2010.   

Programação

21/08

14:00 – Abertura

Grupo de Catira do CPMG de Ituaçu

22/08

10:00 – Contador de Causos – Antônio Sanfoneiro

14:00 – Trio de Viola Caipira - Edson Junior, Vinicius Araújo e Arthur Noronha.

23/08

14:30 – Grupo de Folia de Reis da Associação Estrela do Oriente

Folclore goiano

Rico, porém, ainda pouco valorizado. Essa é a avaliação feita pela atual presidente da Comissão Goiana de Folclore (CGF), a professora-historiadora Izabel Signoreli. “Temos muitas manifestações folclóricas no Estado de Goiás, mas a maioria delas estão adormecidas, sem o conhecimento da população”, observa.

A CGF foi criada em 1978 e está em funcionamento há 70 anos. Ela é parceria da Alego desde a primeira edição do evento. Izabel informa que, em conformidade com recomendações expressas na Carta do Folclore Brasileiro, 30 comissões municipais de folclore já foram criadas no estado.

“As cidades do interior de Goiás carregam a rica bagagem histórico-cultural de Goiás, mantendo manifestações fortes, visto que a capital, Goiânia, é nova e não possui essas tradições de porte. Diferente de municípios como Itaguari, que realiza atualmente três folias ao mesmo tempo, com uma tradição vem sendo levada adiante há cerca de 200 anos. São todas manifestações que se mantém dado à força do povo”, comenta.

Izabel esclarece que todos os municípios goianos têm manifestações com potencial na área. Porém, o reconhecimento depende de identificação de fato folclórico, que são todas aquelas manifestações culturais de caráter popular e com tendência de permanência junto ao povo de uma determinada localidade ou região.

Segundo Signoreli, as principais manifestações hoje reconhecidas como parte do folclore goiano são todas ligadas a diferentes expressões do catolicismo popular. Possuem também forte orientação familiar, visto que são passadas de uma geração à outra, geralmente por membros de uma mesma família.

São elas: as Cavalhadas da Festa do Divino Espírito Santo, cuja ocorrência já se faz presente em 11 municípios goianos, incluindo Pirenópolis; a Procissão do Fogaréu, em Goiás; as Folias de Reis do Divino, que estão espalhadas por todo o estado e ocorrem praticamente o ano todo. E ainda: as Congadas, que incluem os ternos de congo e cuja maior expressão se dá no município de Catalão, com festejo que conta atualmente com cerca de 3 mil participantes; além da Festa Divino Pai Eterno, de Trindade, que conta com a tradicional romaria dos carros de boi (este ano, foram cerca de 400), também tombados como patrimônio imaterial pelo Iphan.

Signoreli lamenta, porém, a falta de um órgão que possa dar prosseguimento a esses registros em nível estadual e também reclama da ausência de legislação que regulamente o setor. E fala dos desafios enfrentados pela comissão que preside. “Nós tínhamos uma sede, que foi fechada. Atuamos, atualmente, com nove membros, todos voluntários. Falta investimentos em pesquisa e mapeamento para elaboração de inventário completo, infra-estrutura e materiais”, complementa.

O Instituto Goiano de Folclore, extinto nos anos 1990, foi, durante cerca de três décadas, o órgão responsável pela salvaguarda do patrimônio folclórico do estado. Com a extinção, o seu acervo foi transferido para o Museu Zoroastro Artiaga.

Isabel informa que, este ano a Comissão irá promover a 2ª edição da Semana Itinerante do Folclore Goiano, a ser realizada na cidade de Nova Veneza, em 19/08. Ela destaca que o evento conta atualmente com o apoio da prefeitura local, diferente da do ano anterior, que foi realizada  em Inhumas, de forma totalmente independente.

Dia do Folclore

O Dia do Folclore é celebrado em 22 de agosto, data em que o termo “folklore” foi inventado pelo estudioso britânico William John Thoms. No Brasil, o dia do folclore foi oficializado em 1965 por meio de decreto federal, implantado por força do volume de estudos sobre cultura popular existentes no país desde o século XIX.

O Presidente da República, General Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), instituiu, posteriormente, a obrigação de todas as escolas públicas e particulares a comemorarem a “Semana do Folclore” (16 a 22 de agosto).

Em Goiás, o então deputado estadual Ursulino Tavares Leão instituiu em 29 de outubro de 1968, através da Lei nº 7.150, o Mês do Folclore, a ser comemorado anualmente, durante o mês de agosto. A legislação traz orientações para a programação do evento, no Estado, seja feita de forma a valorizar os festejos populares, devendo ser realizada na forma de apresentações, aulas, palestras e cursos sobre temas folclóricos.

Informações coletadas no site da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), apontando estudos elaborados pelo pesquisador Bariani Ortêncio, revelam que o traço multicultural de Goiás se reforça pela presença de um folclore rico, denso e diversificado, compreendendo danças, lendas, magias, superstições consolidadas no imaginário popular. O tema compõe assuntos de  interesse sobretudo para setores ligados à educação e ao turismo. 

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