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Praça do Trabalhador

19 de Novembro de 2018 às 16:42
Crédito: Ruber Couto
Praça do Trabalhador
Audiência pública discute revitalização da Praça do Trabalhador
Audiência pública, proposta por Humberto Aidar, debate com feirantes a revitalização da Praça do Trabalhador e as mudanças que irão ocorrer com os comerciantes da Feira Hippie durante o período de obras no local.

Há tempos a sociedade goianiense pede pela revitalização da Praça do Trabalhador. O cartão postal da Capital, projetado pelo urbanista Attilio Corrêa Lima, encontra-se hoje sucateado. Apesar do abandono, o local continua a abrigar a tradicional Feira Hippie, com milhares de barracas. Reunidos na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), representantes do Poder Público e milhares de feirantes tentaram encontrar formas de minimizar possíveis transtornos a vendedores e frequentadores da feira, pelo tempo em que durarem as obras, que ainda não começaram.

O deputado Humberto Aidar (MDB), propositor do encontro, explicou que o objetivo da audiência pública é ouvir os representantes dos mais de cinco mil feirantes que serão afetados pelas obras, ainda muito inseguros quanto às mudanças propostas. “Segundo recadastramento recente, são mais de cinco mil famílias que estão sem saber o que vai acontecer. Então, nós convidamos todas as partes, a começar pelo prefeito, e todas as secretarias para dizer ao feirante que tamanho é esse projeto. Queremos esclarecer se as bancas vão ocupar que espaço, se isso será feito por módulos, se eles querem transferir para outro local, entre outros assuntos”, explicou o parlamentar.

Primeiros a manifestarem-se, os presidentes da Associação da Feira Hippie, Waldivino da Silva, e da Associação da Rua 44, Jairo Gomes, externaram a preocupação geral para com as mudanças. Ao tomar a palavra, o primeiro declarou: “Dizem que vão nos instalar da Câmara de Vereadores até o Parque Mutirama, de forma provisória, e não queremos isso. Não acreditamos que os clientes irão até essa nova localidade”. O segundo complementou:   “Não existe possibilidade da Feira sair de lá. A Feira cumpre um papel social de fornecer um local de trabalho a muita gente. Nada vai passar se estiver em desacordo com os feirantes”.

Presidente da Câmara Municipal de Goiânia, o vereador Andrey Azeredo também compareceu à reunião. Em sua fala, ele disse estar interessado em conhecer mais sobre o projeto de revitalização: “Quero saber sobre as obras, os prazos, a duração. Quero também ouvir quem vai sofrer mais, os feirantes, para buscarmos soluções que amenizem os transtornos, para que vocês sobrevivam com dignidade enquanto a prefeitura realizar a obra”, declarou, dirigindo-se ao público presente.

Antônio Alberto Basílio, engenheiro e proprietário da empresa Basitec Projetos e Construções Ltda., responsável pela elaboração do projeto, explicou aos feirantes o que as obras devem abarcar: ampliação da área da Praça em decorrência da planificação do terreno acidentado, instalação de banheiros, construção de espaço destinado à administração da Feira, recuperação da antiga Estação Ferroviária e instalação de estação de ônibus da Leste-Oeste dentro da feira, facilitando o acesso da população. Ainda, sob a justificativa de otimizar o uso da área, com vistas à sustentabilidade, a empresa planeja instalar um estacionamento na Praça do Trabalhador, nos dias em que a feira não funciona.  

Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Salma Saddi também esteve entre as personalidades que se manifestaram. “Estamos aqui reunidos com gente séria, para resolvermos uma questão séria. Nada será feito sem a presença de seus representantes, sem serem ouvidos”, iniciou, ao dirigir-se aos feirantes. Temas como desapropriação do terreno, alteração do desenho da Praça, demandas dos feirantes, compatibilização do transporte público e preservação da história de Goiânia seriam questões a serem melhor analisadas, antes do andamento do processo, em sua opinião.

Findas as manifestações dos membros da Mesa Diretiva, a plateia, composta de milhares de pessoas, que lotavam o auditório Costa Lima, pôde expor suas angústias, dúvidas e demandas. Por questão de tempo apenas 13 feirantes puderam usar a palavra ao microfone.

Este foi apenas um dos muitos encontros que deverão ser realizados ao longo do processo de revitalização da histórica Praça do Trabalhador. Apesar da evolução, feirantes afirmaram continuar a lutar para terem demandas atendidas pelo projeto, que será executado pela Prefeitura de Goiânia com recursos do Município, do Estado e da União. Aos gritos de “A Hippie unida jamais será vencida”, eles esperam que as mudanças não prejudiquem seus negócios e, no futuro, aumentem as vendas e a importância desse pólo de moda.

Mesa dos Trabalhos

Além de Humberto Aidar, parlamentar propositor da audiência pública, constituíram a Mesa Diretiva o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Andrey Azeredo (MDB); a superintendente do Iphan, Salma Saddi; o superintendente executivo de assuntos metropolitanos da Secima, André Luiz de Freitas; a superintendente de planejamento urbano e gestão sustentável, Zilma Campos; o presidente do Grupo Novo Mundo e Mega Moda, Carlos Luciano Martins; o presidente da Associação da Feira Hippie, Valdivino da Silva; o presidente da Associação da Rua 44, Jairo Gomes; e o engenheiro e proprietário da empresa Basitec Projetos e Construções Ltda, Antônio Alberto Basílio.


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