Subdefensor Público fala sobre situação de famílias
O primeiro a falar durante a reunião da Comissão da Criança e do Adolescente que discute, com representantes da Defensoria Pública, o cálculo das indenizações que o Estado pagará às famílias dos adolescentes vitimados no incêndio ocorrido no Centro de Internação Provisória (CIP), foi o subdefensor público-geral, Tiago Gregório Fernandes, que explanou como a defensoria pública agiu com as famílias desses adolescentes e o que essas famílias esperam do Estado.
O subdefensor afirmou que é necessário não estigmatizar a família desses adolescentes por estarem sob medida socioeducativa.
Tiago explicou que a "Defensoria Pública de Goiás, desde o incêndio se reuniu com as mães dos adolescentes vitimados, que a cada encontro apresentavam uma angústia pela falta da resposta do Estado para os adolescentes que ainda estão cumprindo medida socioeducativa".
Segundo o subdefensor, "a preocupação da Defensoria é evitar que a estigmatização aconteça e conduzir a construção de um diálogo sobre o caso, que não fique apenas no individual, mas que atinja a coletividade. A ideia é que reuníssemos todas essas mães para que a resposta viesse de forma rápida e não demorasse até 5 anos para receberem essa reparação. A partir desde momento construímos uma proposta de reparação individual e coletiva”, afirmou.
Nessa proposta, Tiago reiterou que a reparação deva ser de cunho individual e simbólica. Segundo ele, as mães se preocupam em reverter a reparação para os adolescentes que ainda estão no CIP. “Na proposta, além da reparação civil, o desejo das mães é a reparação coletiva para que seja revertida para quem ainda está no socioeducativo, uma reparação coletiva e simbólica. O Estado reconhecer a sua responsabilidade traria muita dignidade para essas famílias. Um exemplo de reparação simbólica é não permitir que um adolescente cumpra a medida socioeducativa no alojamento onde ocorreu o incêndio”, disse o subdefensor.
Fernandes também falou sobre a possível causa do incêndio, que teria sido um protesto de internos, que estavam sendo ameaçados de transferência. Ainda segundo o subdefensor, a transferência não foi explicada, conforme está implícito no inquérito.