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Mesa-redonda sobre Saúde da mulher

20 de Março de 2019 às 12:35
Crédito: Ruber Couto
Mesa-redonda sobre Saúde da mulher
Campanha Todas por Elas debate Saúde da Mulher
Reunião com especialistas foi realizada nesta quarta-feira, 20, na Alego. Enfoque principal foi a prevenção. Atividade fez parte da programação “Todas por Elas”, que prossegue até esta 5ª-feira, 21, com temas de interesse das mulheres.

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou na manhã desta quarta-feira, 20, uma mesa-redonda para discutir a saúde da mulher. O evento teve lugar no Salão Nobre Dr. Henrique Santillo, dentro da programação “Todas por Elas”, uma campanha desenvolvida pela Seção de Atividades Culturais da Alego.

Compuseram a mesa dos trabalhos: a presidente da Associação Brasileira de Mastologia - regional de Goiás, médica Rosemar Macedo; a ginecologista Mylena Naves de Castro Rocha, especialista em reprodução humana; a ginecologista Larissa Toledo, do Hospital Materno Infantil; a psicóloga e coordenadora do Projeto VER do Programa de Referência em Inclusão Social da PUC/GO, Karin Bittar; a nutricionista Tatiana Cortês Mônaco, dos quadros da Alego; a vice-presidente da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), Ângela Macedo de Sá Ferreira; e a ginecologista Larissa Tito, do Hospital Materno-Infantil de Goiânia.

A mesa foi mediada por Rosemar, que salientou importância do espaço para discutir a saúde da mulher, além de apresentar a relevância do trabalho desenvolvido pela convidada Ângela Machado, da ACCG, que trouxe como tema o voluntariado. “A oficina da beleza é um trabalho essencial de apoio às pacientes em tratamento contra o câncer, com o aumento da autoestima, que representa fortalecimento no tratamento”, esclareceu Rosemar.

Ângela Machado informou que dos 300 voluntários que se dedicam à associação, 80% é composto por mulheres. “Hoje, o trabalho voluntário está cada vez mais profissional, e é realizado por advogadas, médicas, psicólogas”, explicou.

Câncer de colo de útero

A médica ginecologista Larissa Tito também contribuiu com a mesa-redonda, e salientou a importância da prevenção para detectar precocemente o câncer de colo de útero. “Apesar de muitas mulheres acharem o exame incômodo, a prevenção é simples e acessível. Há mais facilidade no tratamento e cura da paciente quando o câncer é descoberto no início.” Ela lembrou que câncer de colo de útero é assintomático no início — os sintomas só ocorrem quando a doença está em estágio avançado.

O exame preventivo para câncer de colo de útero, também conhecido como Papanicolau, segundo explica a médica, precisa ser realizado após início da atividade sexual ou por volta dos 25 anos, e deve ser repetido anualmente. “Quando a paciente não apresenta qualquer alteração nos primeiros três exames, o procedimento pode ser mais espaçado, de acordo com recomendações do ginecologista.” 

A ginecologista explicou ainda como ocorre o surgimento de células cancerígenas, que é provocado pelo vírus da família do HPV. Ela lembrou que, atualmente, é possível contar com vacinação específica, inclusive fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As meninas podem ser imunizadas com idade entre 9 e 14 anos, e meninos, de 11 a 14.

Infertilidade

Especialista em reprodução humana, Mylena Naves foi contundente ao alerta para a importância de a mulher que quer ser mãe priorizar a formação de uma família dentro da idade ideal para reprodução. “O tempo compromete a quantidade e qualidade dos óvulos”, explicou, alertando que é importante a mulher se decidir antes dos 35 anos, pois quanto mais o tempo passa, maiores os riscos para a mulher e para o bebê em uma gravidez em idade tardia.

Um ponto importante abordado pela especialista é que quando a mulher deseja engravidar, deve suspender o uso de métodos contraceptivos, e observar durante um ano, se tiver idade inferior a 35 anos, e durante seis meses para idade superior. “Caso não ocorra a gravidez, já é importante investigar junto a um profissional.”

Mamografia é aliada

A presidente da regional goiana da Associação Brasileira de Mastologia, Rosemar Macedo, esclareceu sobre o aumento da morbidade feminina em decorrência de câncer de mama, nos últimos 25 anos. Segundo a especialista, uma a cada 16 ou 18 mulheres pode desenvolver a doença. “O risco aumenta a partir dos 40 anos, e fica cada vez maior como o decorrer do tempo.”

Rosemar lembrou que, antigamente, a doença era determinada pela predisposição genética da paciente. Hoje, existem os fatores de risco que aumentam as chances do surgimento da doença.

A médica enumerou como os principais fatores de risco que aumentam em 100 vezes as chances de desenvolver câncer: alcoolismo, tabagismo, obesidade, sedentarismo, utilização de hormônios.

De acordo com Rosemar, o diagnóstico precoce é essencial no resultado do tratamento. “A mamografia auxilia na detecção de tumores, e quanto mais precoce, melhores as chances de cura, muitas vezes sem a necessidade de tratamentos como quimioterapia”, orientou.

Alimentação na medida certa

Participante da mesa-redonda que discutiu a saúde da mulher, a nutricionista Tatiana Cortês Mônaco, dos quadros da Casa, falou da importância da alimentação, sobretudo na prevenção de doenças como câncer e colesterol. Enfatizou a importância de consumir verduras, frutas e castanhas, mas deixou claro que nenhuma pessoa precisa ser escrava da sua alimentação.

“Temos, sim, que evitar o extremo, mas existe uma palavra importante na área da nutrição que se chama compensação. Portanto, se você comeu bastante em um evento festivo, numa comemoração de aniversário, por exemplo, tendo exagerado, principalmente, no churrasco, você pode fazer a compensação logo em seguida, comendo mais verduras e frutas”, salientou a nutricionista da Alego.

Tatiana enfatizou ainda a importância de saber dosar o açúcar e o sal e evitar ao máximo bebidas alcóolicas. Ela informou que tem um trabalho significativo sobre nutrição e o coloca à disposição de seus pacientes. Lembrou que está de segunda a sexta-feira, das 13 às 19 horas, na Diretoria de Saúde da Alego, à disposição de todos os interessados.

Emocionalmente saudável

No decorrer da mesa-redonda, a psicóloga Karin Bittar salientou a importância da mulher se aceitar e compreender suas próprias escolhas para manter a saúde emocional. Ela explicou que em atendimento em consultório, muitas pacientes se dizem insatisfeitas com suas vidas e suas escolhas. “Chegam a afirmar estarem frustradas com suas vidas”, pontou.

“O importante é cada vez mais as mulheres compreenderem que o importante é que as escolhas sejam pessoais, e não feitas por outras pessoas. Isso representa o empoderamento, tão abordado atualmente”, esclareceu.

Doação

Ao final da atividade foram doados os lenços arrecadados para pacientes do Hospital Araújo Jorge. Os debates da campanha irão prosseguir nesta quinta-feira, 21, às 9 horas, com outra mesa-redonda, com o tema “O lugar delas na política”. Estarão presentes a deputada Lêda Borges (PSDB), a vereadora por Goiânia Léia Klebia (PSC), a assessora temática Milena Costa, a presidente da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica de Goiás, Larissa Junqueira Reis Bareato, a empresária Kamila Alves de Amarante Vieira e a professora-doutora Denise Paiva. 

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