Debate sobre violência nas escolas
A Casa de Leis goiana sediou na manhã desta segunda-feira, 17, debate público sobre os fatores motivadores da violência escolar em Goiás. O slogan da reunião foi “Entre os Muros da Escola”, por proposta da deputada Delegada Adriana Accorsi (PT). “A audiência se transformou em propostas e relatórios que serão encaminhados a todas as autoridades competentes para tratar do assunto”, explicou a parlamentar.
Além da deputada, os participantes do encontro foram: o deputado Coronel Adailton (PP); a deputada federal Erika Kokay (PT-DF); o gerente de segurança escolar Marcos Rabelo Holanda Camargo, representante da secretária estadual de Educação, professora Fátima Gavioli; vereador do município de Goiânia Álvaro da Universo (PV); o presidente da Câmara Municipal de Nova Veneza, vereador Reginaldo Tavares; comandante do Batalhão Escolar, tenente-coronel Marcos Luciano Alves de Lima.
Também o segundo-tenente Moreira, representante do Comando do Batalhão de Ensino da Polícia Militar; o delegado Rogério Santana, representante do delegado-geral da Polícia Civil, Odair José Soares; e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Goiás, Bia de Lima.
Bia de Lima informou que o sindicato foi a Valparaíso no Colégio Estadual Céu Azul onde ocorreu o assassinato do coordenador Júlio Barroso. Ele foi morto a tiros por um adolescente de 17 anos. O fato ocorreu no dia 30 de abril deste ano. No local, de acordo com Bia, foi iniciada a campanha “Escola Pede Paz”.
Foram entregues pelo Sintego, contou Bia, propostas para que a secretária de Educação do Estado, Fátima Gavioli, pudesse implementar uma série de ações que melhorem a situação da segurança nas escolas. “Vamos começar a campanha com um seminário para que possamos ouvir cada segmento”, explicou.
Na oportunidade, Bia de Lima entregou a Adriana Accorsi o mesmo documento com os encaminhamentos entregues a Secretaria de Educação de Goiás. “Hoje passo às mãos da Delegada Adriana o que fizemos para a secretária de Educação do Estado, Fátima Gavioli. O Sintego é proativo”, sustentou.
Na oportunidade, a deputada federal pelo Distrito Federal (DF) Erika Kokay (PT), assim como Bia de Lima, relembrou o assassinato que aconteceu em Valparaíso. “É preciso que usemos essa morte como elemento para mergulhar nas relações sociais. Nós temos quase 5 mil pessoas assassinadas no Brasil por ano. É um processo de desumanização simbólica.”
Kokay acredita que no Brasil há prisão em demasia de forma errada. "Não é feito uma ressocialização da maneira correta. Nós fazemos parte de uma mesma humanidade. Nós temos que discutir que somos seres diversos, a escola faz parte da comunidade e temos direitos iguais.’’
O vereador de Goiânia Álvaro da Universo contou que na Câmara Municipal foi feita também uma audiência com o mesmo teor. De lá surgiram várias ideias e uma delas é a formação de uma comissão para analisar e verificar o que vem ocorrendo no ambiente escolar goiano. Ele relatou que após essa audiência, vários professores e alunos entraram em contato com seu gabinete para fazerem denúncias de agressão física e verbal dentro de suas escolas.
Rubens Otoni, deputado federal pelo PT goiano, também participou da reunião e afirmou que o único caminho para combater a violência no ambiente escolar é a criação de uma política de paz. “É por meio de políticas públicas que tragam acesso aos nossos jovens a esporte, educação e paz. Infelizmente estamos passando por um período onde o ódio está sendo incentivado, mas é o momento de lutar contra isso e incentivar a paz entre nossos jovens.”
O comandante do Batalhão Escolar, tenente-coronel Marcos Luciano Alves de Lima, explicou que as ações realizadas pelo Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) tem ajudado muito a minimizar esses problemas escolares. “Nós fazemos diversas palestras e temos um contato íntimo com o Proerd, que é muito importante e é direcionado para os alunos do 5º ao 7º ano. Nosso trabalho envolve professores, diretores, coordenadores e alunos e tem o objetivo de diminuir os índices de violência escolar’’.
Por fim, o deputado Coronel Adailton, vice-presidente da Comissão de Educação da Casa, ofereceu apoio à deputada Adriana para lutar contra a situação de violência em Goiás. “Em qual país do mundo se optou por investir no ensino superior e ele foi para frente? Tenho plena convicção que é extremamente necessário investir na base da educação e no social. Precisamos trabalhar o resgate dos valores da família. Estou à disposição para realizar outras audiências. Iremos cobrar, acredito que vocês trarão grande ajuda para buscarmos uma solução”, falou.