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Amilton Filho participa de audiência pública da CPI da Enel em Cristalina
O deputado estadual Amilton Filho (Solidariedade) participou, na última sexta-feira, 29, da 24ª audiência pública realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades dos serviços prestados pela concessionária italiana Enel.
A iniciativa, com a participação de 60 pessoas, foi realizada no plenário da Câmara Municipal de Cristalina. "Foi uma grande oportunidade de discutir os problemas gerados pela falta de comprometimento da Enel com a população goiana. Assim como em outros municípios de Goiás, Cristalina também sofre com o descaso e a falta de energia", destaca o parlamentar Amilton.
Diante do impasse entre o Parlamento goiano e Enel, o deputado Amilton Filho disse que o melhor caminho é dar fim às diferenças e buscar soluções efetivas e rápidas. "Os embates com a Enel têm o objetivo de ofuscar nosso trabalho na Alego, mas não vão conseguir. Vamos continuar trabalhando para garantir energia de qualidade na casa e nas empresas dos goianos. O ideal é entender o problema, conversar com a população e encontrar soluções. Por isso estamos aqui", avaliou.
De acordo com o ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Enel é a pior distribuidora de energia do Brasil. Atualmente, a empresa italiana controla e administra a distribuição de energia nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Goiás, além de outros 38 países. O procurador da Alego, Edmarkson Ferreira de Araújo, apresentou informações relacionadas ao painel de desempenho de distribuição por municípios disponibilizados no site da Aneel.
Os dados oficiais da agência apontam 16.322 unidades consumidoras em Cristalina, com duração máxima de interrupção anual de 14 horas, porém os números revelam estrangulamento duas vezes mais que o permitido de 25,05 em 2019. Quanto à média de interrupção aceitável, o limite máximo para Cristalina seria de 16 horas por ano, mas ultrapassa a 30,59 horas segundo relatório da Aneel.
Na abertura do evento, o relator da CPI, deputado Cairo Salim reforçou o compromisso público da comissão em buscar soluções para o fornecimento de energia elétrica oferecido pela Enel em Goiás. "Com o apoio das câmaras municipais vamos lutar para que a Enel nos respeite e cumpra o contrato de concessão. A empresa tem todas as condições de resolver os problemas do povo goiano. Porque lá fora eles prestam um bom serviço? Estamos juntos para dizer que a Enel terá que respeitar o cidadão de Cristalina. Já faz três anos que a Enel assumiu a Celg, e até então não investiu em atendimento", pontuou.
Legislativo
O presidente da Casa, vereador Bernardo, usou a tribuna para relatar os problemas gerados pela má qualidade da energia oferecida pela Enel em Cristalina. "Sem energia não há desenvolvimento. Cristalina é um dos maiores polos agrícolas do País. Tudo que se planta, colhe. E precisamos de energia para processar a tecnologia. Se houver energia de boa qualidade, vamos dobrar a produção, e isso gera mais empregos, aumenta renda e gera desenvolvimento", relatou.
O parlamentar lembrou ainda que o município é referência no Brasil e no mundo pela diversidade de produção e pela exportação para China, Europa e Estados Unidos. "Produzimos mais de 60 culturas diferentes no solo abençoado e produtivo de Cristalina e para continuar alimentando a população dentro e fora do País, precisamos de energia de qualidade. A energia é tudo pra nós", completou.
Mesa
O relator da CPI, deputado Cairo Salim (Pros), coordenou os trabalhos na mesa diretora, composta pelo procurador da Assembleia Legislativa (Alego) Edmarkson Ferreira de Araújo; deputado Amilton Filho (Solidariedade); presidente da Câmara, vereador Bernardo Vaccaro Fachinello (PR); secretário municipal da Agricultura Alécio Maróstica; vereadores Silvano da Rádio (PSDB), Osório Fernando (PHS) e Valter Tomaz de Souza (PSD).
Agricultura
De acordo com o secretário de Agricultura, Alécio Maróstica, cerca de 1.720 agricultores sofrem diariamente com a falta de energia em Cristalina. "São mais de 1,7 mil produtores, 200 deles são irrigantes. Nossa rede elétrica está sobrecarregada, e a Enel foi informada disso há dois anos, mas não fez nada até hoje. Precisamos de, no mínimo, 80 mil KVA na zona rural e 70 mil KVA na cidade", relatou.
O secretário disse ainda que estudos estão sendo feitos para que investidores apostem na energia solar como solução. "Sabemos que a energia solar é fonte de renda, e já temos investidores interessados em investir no setor para aumenta nossa independência, mas ainda assim, precisaremos da Enel para transmitir essa energia", afirmou Alécio.
Além da falta de energia, a população reclama também de aumento no valor das faturas e troca desnecessária de padrões. "Estamos pagando cerca de 150% de aumento na conta de energia. Todo mês, aumenta 20 reais na conta", relatou Pedro Henrique. Veruska Lopes disse que "nos obrigaram a trocar os relógios da minha casa, e tudo ficou pior. Se ligar duas televisões a energia cai e minha conta dobrou. Parei de pagar 80 reais com padrão antigo para pagar R$ 200 com o novo. Isso não pode continuar assim", disse indignada.