Há mais de dez dias uma hashtag toma conta de publicações relativas ao valor do combustível cobrado pelos postos goianos. “Zera Caiado” viralizou em redes sociais e tem sido usada como forma de cobrar uma posição do Governo para que diminua a incidência do ICMS sobre os combustíveis. 

E o motorista goiano não ficou só na internet. Dezenas de pessoas também foram às ruas protestar. No fim da última semana, houve uma concentração de motoristas na região da praça do setor Nova Suíça, na Capital. Apoiadores da campanha escolheram um dos pontos de maior aglomeração no trânsito e promoveram um buzinaço. Quem passou pelo local também teve a oportunidade de ter o veículo adesivado. 

 A ideia é chamar a atenção do poder público para o assunto, especialmente depois da declaração do presidente Jair Bolsonaro, no último dia 5.  “Eu quero que o ICMS do combustível seja cobrado na refinaria e não na bomba. Eu baixei três vezes o combustível nos últimos dias e na bomba não baixou nada. Eu zero o imposto federal se eles zerarem o ICMS. Tá feito o desafio aqui agora.”, disse Bolsonaro. 

A fala de Bolsonaro repercutiu por todo o País, mas em Goiás, o silêncio ecoou do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Internautas não deixaram barato e prometem continuar pressionando o Governo estadual pela redução do imposto. 

O deputado estadual Delegado Humberto Teófilo (PSL) argumenta saber que não é possível zerar completamente a cobrança, mas cobra a redução do tributo. “A luta é para diminuir. A campanha “Zera Caiado” serve para chamar a atenção de todos os contribuintes”, disse o deputado. 

Goiás oscila hoje entre os dez estados com os combustíveis mais caros do País, segundo pesquisa recente de uma empresa financeira. Quando o assunto é a Capital, os dados são ainda mais preocupantes. Um levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) apontou Goiânia como a quarta Capital com a gasolina mais cara do Brasil nos anos anteriores, perdendo apenas para Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Palmas (TO). 

Nas últimas semanas, o litro do etanol era encontrado por R$ 3,67 na maioria dos postos da Capital e o da gasolina por R$ 4,89. De acordo com Humberto Teófilo todos os dias haverá adesivaço e buzinaço em diversos pontos de Goiânia. A campanha tem o apoio da categoria dos motoristas de aplicativos (UBER).