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Paulo Cezar Martins questiona, em artigo, como ficará o sistema de saúde após a Covid-19
Em artigo publicado no jornal O Popular, o deputado Paulo Cezar Martins ressalta a necessidade de discussão do sistema de saúde após a pandemia da Covid-19. Conforme pontua, os modelos adotados no mundo estão sendo testados em suas fragilidades e precisarão ser repensados, de modo a se buscar o fortalecimento institucional do setor.
Confira o artigo na íntegra:
Saúde após a Covid-19
*Paulo Cezar Martins é deputado estadual pelo MDB
A pandemia da Covid-19 desestabilizou os sistemas de saúde pública, expôs suas fragilidades e trouxe à tona o questionamento sobre os modelos de gestão adotados no mundo todo. Em 90 dias, o vírus se espalhou pelos continentes de diferentes formas e mudou a realidade das populações, principalmente dos trabalhadores informais e dos que vivem em condições de vulnerabilidade.
Observa-se que o impacto do novo coronavírus nos vários países está diretamente relacionado às suas estruturas de saúde, além do nível de isolamento social. Taiwan, por exemplo, apesar de ter uma população de 23,7 milhões de habitantes, registra um número ínfero de casos. O país possui um centro de controle de epidemias, criado ainda em 2003. Já os EUA, maior potência do mundo, com o seu sistema de saúde questionável, demonstra diariamente perder a batalha contra a doença.
No Brasil, a Covid-19 tem evidenciado mais uma vez a importância do SUS, que é exemplo mundial ao proporcionar o acesso universal à saúde pública. É o SUS que, mesmo com recorrentes contingenciamentos de recursos financeiros, tem carregado a conta da Covid-19 nas costas.
O tão difundido modelo do Estado Mínimo no nosso país, que conta com quase 40 milhões de trabalhadores informais - além dos que são terceirizados -, está ressoando também na área da saúde. Por exemplo, temos a instituição das organizações sociais (OS). Se, de um lado, a ideia é gerir a saúde com economia de gastos e agilidade, do outro, essas entidades não parecem adequadas para a formulação de políticas públicas, que requerem servidores investidos em cargo público. Há que se ressaltar que na SES-GO não há concurso público na área da saúde há uma década.
Vale lembrar a PEC do então deputado federal Ronaldo Caiado, que cria a carreira única de médico de estado no SUS, mantida pela União, mas com exercício nos serviços públicos federal, estadual e municipal. O intuito da proposta, que ainda tramita no Congresso Nacional, é fortalecer o sistema de saúde pública, assegurando mais médicos em todas as regiões dos estados.
Assim como no âmbito econômico-social, a pandemia da Covid-19 poderá estabelecer um divisor de águas na reestruturação do sistema de saúde no Brasil, com o despertar para a necessidade de seu fortalecimento institucional.