Num quadro de crise total no setor, com queda do preço dos materiais e rebaixamento da renda familiar, o deputado Paulo Cezar Martins (PL) trabalha para dar visibilidade a um segmento da população marcado pela invisibilidade: os catadores de recicláveis.

Além de homenageá-los, em sessão solene marcada para o próximo dia 21 na Assembleia Legislativa, ele defende que sejam criadas linhas de crédito para fortalecimento das cooperativas, que passam por grandes dificuldades financeiras. Também trabalha para que os catadores de recicláveis tenham acesso a programas habitacionais para famílias de baixa renda.

Para se ter ideia da gravidade do problema, o preço de um quilo de papel caiu de R$ 1,70 para 17 centavos. "Muitos carinheiros abandonaram as ruas", afirma Paulo Cezar, acrescentando que eles têm de recolher um volume de materiais dez vezes maior do que recolhiam, na tentativa de recompor a renda.

"Os catadores de materiais recicláveis desempenham um papel fundamental na sustentabilidade ambiental, na medida em que colaboram para o recolhimento e separação dos rejeitos sólidos que produzimos", reforça o deputado. 

Segundo ele, a renda da categoria em todo o Brasil vem baixando constantemente ao longo dos meses afetando as famílias, que caminham para um quadro de insegurança alimentar. "Muitos empreendimentos estão endividados e cooperados chegam a cogitar abandonar a atividade". 

Paulo ressalta ainda que nas ruas e nos lixões a situação não é diferente, cada dia é mais difícil conseguir o suficiente para a sobrevivência. O papelão, principal material historicamente comercializado por carinheiros nas ruas de Goiânia, hoje é facilmente encontrado nas esquinas ou entupindo bueiros. 

Esse material, assinala, que chegou a ser comercializado por R$ 1,70 no quilo no período de pandemia, hoje vale apenas R$ 0,15. Entre 2019 e 2022, as compras externas de resíduos de papel e vidro subiram respectivamente 109,4% e 73,3%, ao passo que as operações de importação no país de resíduos plásticos apresentaram elevação de 7,2%.

O parlamentar enfatiza ainda que as catadoras e catadores de materiais recicláveis não querem assistencialismo, o que buscam é qualidade de vida para desenvolver o serviço de preservação ambiental que movimenta a cadeia produtiva ao mesmo tempo que promove a inclusão social, gerando riqueza para o país.

Na avaliação de Paulo Cezar Martins, apoiar os catadores é, acima de tudo, apostar num mundo mais limpo, sustentável e ambientalmente equilibrado.