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Paulo Cezar condena discriminação de pessoas com deficiência em reality shows
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o deputado Paulo Cezar Martins (PL) alerta para a necessidade dos veículos de comunicação que realizam reality shows atentarem para a importância da inclusão, acessibilidade e respeito às pessoas nessa condição.
Paulo se refere ao primeiro dia do “BBB 24”, quando, na primeira prova do líder, o atleta paralímpico Vinicius Rodrigues não conseguiu disputar a liderança em igualdade com os demais por uma falha da organização do reality, a Rede Globo de Televisão.
Na prova que salva um participante do Paredão, o medalhista chegou a tirar a prótese para poder mergulhar em uma piscina de gosma e se equilibrou na outra perna, a direita. Logo depois, a equipe do reality entregou a Vinícius uma outra prótese, mas a repercussão negativa já havia ganho as redes sociais. Vale lembrar que, pela primeira vez, o “BBB” reúne em seu elenco um participante amputado.
O deputado diz que, assim que forem retomados os trabalhos de Plenário da Assembleia Legislativa, vai apresentar o pedido de envio de uma “nota de repúdio” à organização do evento. “Infelizmente, na primeira prova do líder, não pensaram numa questão básica, que é a acessibilidade”, sublinha Paulo Cezar, ao ressaltar que as pessoas com deficiência não querem privilégio, mas é preciso ter “equidade” nas competições. Para ele, a deficiência não pode ser uma “limitação”, mas apenas uma “diferença”.
O deputado lamentou ainda que um dos participantes do programa, o merendeiro Maycon, integrante do grupo Pipoca, formado por pessoas anônimas, perguntou ao atleta paralímpico se poderia chamar a prótese que ele usa de “cotinho” – termo que vem da palavra “coto”, popularmente usada para se referir à parte restante de um membro amputado. “Independente se Vinícius se incomoda ou não, esse tipo de pergunta é descabida e deve ser evitada”, diz Paulo Cezar.
Por fim, o decano solicita atenção máxima para que esse tipo de programação não se constitua em ferramentas de propagação de preconceitos e capacitismo. “É lamentável que, em pleno Século XXI, ainda existam pessoas que tratam as pessoas com deficiência como cidadãos de segunda classe”, arremata Paulo Cezar Martins.