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Deputado Mauro Rubem e comitiva de Goiás atuam, em Brasília, para federalização das investigações do caso Escobar

Para os ativistas de direitos humanos de Goiás, a influência do Poder Executivo estadual sobre o Poder Judiciário pode prejudicar a elucidação do caso
Na busca por esclarecer e federalizar as investigações e o julgamento do caso Escobar, o deputado Mauro Rubem (PT) esteve nesta quarta-feira, 12, acompanhado do vereador de Goiânia Fabrício Rosa (PT) e do advogado da família Escobar, Valério Filho, na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.
Durante audiência com o subprocurador-geral da República, Artur Gueiros, e com o procurador da República, André de Carvalho Ramos, o deputado alertou da necessidade imediata que o assassinato de Fábio Escobar, ex-coordenador de campanha do Caiado, e das oito mortes ocorridas em sequência, sejam investigadas e julgadas pelas autoridades federais.
Em 12 de dezembro de 2024, o deputado Mauro Rubem, em parceria com a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), com o vereador Fabrício Rosa e o advogado Valério Filho, protocolou uma petição ao procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, pedindo que ele suscite, perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), a federalização das investigações do caso Escobar. Atualmente, o caso está sob responsabilidade da 1ª Vara Criminal de Anápolis, em Goiás, onde o crime ocorreu.
Para os ativistas de direitos humanos de Goiás, a influência do Poder Executivo estadual sobre o Poder Judiciário pode prejudicar a elucidação do caso. “O caso só será completamente esclarecido e todos os culpados só serão punidos com a atuação da Polícia Federal, como aconteceu com o assassinato da vereadora Marielle Franco. A família de Fábio Escobar e as outras oito vítimas esperam esclarecimentos sobre este que é um dos maiores crimes políticos de Goiás”, pontuou o deputado.
Sobre o caso
Fábio Escobar Cavalcante foi atraído a uma emboscada e morto em Anápolis no dia 23 de junho de 2021 por vingança, após ter denunciado desvios de dinheiro na campanha eleitoral de 2018 pelo ex-presidente do DEM, Cacai Toledo.
De acordo com o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o assassinato teria sido planejado por policiais militares sob ordens de Cacai e Jorge Luiz Ramos Caiado, primo do governador Ronaldo Caiado.
Segundo as investigações, teria um acordo para Fábio Escobar assumir a direção do partido de Caiado em Anápolis, o União Brasil, e concorrer a deputado estadual. Mas esse acerto não se concretizou, e as dívidas que ele assumiu em nome da campanha não foram pagas.
Fábio passou a usar as redes sociais para denunciar um esquema de caixa dois da campanha e também de irregularidades na Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), onde Cacai assumiu cargo de direção. Mas foi ameaçado. Com medo, decidiu parar com as postagens. Dois anos depois, ele foi assassinado a tiros por policiais militares.