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"Estamos sofrendo ameaças", diz Jardel Sebba ao DM
Em visita ao jornal Diário da Manhã, o novo líder do PSDB na Assembleia Legislativa Jardel Sebba falou sobre a instalação da CPI do Endividamento. Disse não entender porque o governo trabalhou tanto para que a Comissão Parlamentar de Inquérito não fosse instalada e assegurou que os interesses de Goiás vão falar mais alto.
Diário da Manhã - A bancada do PSDB conseguiu instalar a CPI do Endividamento a partir de um parecer da Procuradoria da Assembleia que recomendou que fosse respeitado o direito de minoria. Mas como evitar que a CPI seja esvaziada, uma vez que ela não conta com a maioria da Assembleia?
Jardel Sebba - A CPI foi instalada a partir da assinatura de 15 deputados estaduais, o que representa mais de 1/3 dos membros da Assembleia. Tenho certeza de que, se tivesse sido submetida ao plenário, teria o apoio de outros parlamentares a quem eu não tive a oportunidade de solicitar assinatura. A Assembleia está tendo uma experiência muito positiva com a CPI da Celg, que está entrando para a história como a mais técnica, esclarecedora, séria e respeitada. Com o apoio da Mesa Diretora, tenho certeza de que podemos fazer trabalho semelhante em relação à CPI do Endividamento, o que vai garantir o apoio de muitos deputados para a comissão.
Não foi o que se viu na sessão em que foi instalada a CPI, quando foi muito difícil garantir quorum...
Até agora não consegui entender porque o Governo, por meio do seu líder, deputado Evandro Magal (PP) e até mesmo do secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, trabalhou tanto para que a CPI não fosse instalada. Se o objetivo da CPI é esclarecer tudo que ocorreu no período, e se os trabalhos serão coordenados por uma comissão suprapartidária, não consigo compreender como ela possa ser uma ameaça para o governo. Também não compreendi a atuação do PMDB, cuja bancada boicotou por unanimidade o início da sessão. Mas tenho certeza de que, ao contrário dessas duas bancadas, os demais deputados estão comprometidos com a busca da verdade e vão colaborar com o bom andamento dos trabalhos. Apesar de toda pressão política que muitos parlamentares estão sofrendo, com ameaças de retaliações e perseguições a aliados, tenho certeza de que os interesses de Goiás vão falar mais alto.
Os parlamentares estão mesmo sofrendo constrangimentos por parte do governo?
O secretário da Fazenda admitiu em público que ligou para parlamentares solicitando que não assinassem o requerimento. O líder do Governo foi visto na porta do plenário tentando impedir a entrada de parlamentares. Vários deputados, que trabalharam duro pela eleição do governador Alcides, têm sofrido constrangimentos e retaliações. Eu mesmo, vi muitos companheiros sendo demitidos em Catalão.