Jardel Sebba também garantiu, em entrevista ao jornal Diário da Manhã desta terça-feira, que a proximidade do período eleitoral não afetará os trabalhos da CPI do Endividamento.


Diário da Manhã - Estamos às vésperas do período eleitoral. Como evitar que os trabalhos da CPI do Endividamento descambem para um debate meramente eleitoreiro?


Jardel Sebba - A CPI da Celg, que conquistou o respeito de toda a sociedade, também foi colocada sob suspeição quando foi instalada. Diziam que ela seria eleitoreira e até colocaram a isenção de seus membros em xeque. Ela está se mostrando produtiva, transparente e esclarecedora. Está ajudando Goiás a compreender o que levou a Celg a enfrentar esta crise financeira sem precedentes. A fórmula para o sucesso de uma CPI é a escolha de membros respeitáveis, independentes e equilibrados e ainda o suporte técnico de instituições isentas e de capacidade reconhecida. Foram estes elementos que garantiram o sucesso da CPI da Celg e vão garantir o sucesso da CPI do Endividamento.


Havia mesmo necessidade de instalação da CPI?


Não tenho dúvidas. Eu vejo algumas pessoas dizendo que os números são exatos, que não permitem interpretações. Mas há uma diferença grande entre dado e informação. Números isolados, amontoados em documentos, como os balanços do Estado, são simplesmente dados. É preciso um trabalho de inteligência, de interpretação, para transformá-los em informação. E é preciso avançar na análise para que estas informações se transformem em conhecimento. O Tribunal de Contas de Goiás, o governo do Estado e a própria Secretaria do Tesouro Nacional, muitas vezes têm entendimentos divergentes sobre a prestação de contas. Se os técnicos nem sempre falam a mesma língua e se é quase impossível para leigos interpretar um amontoado de números, nada melhor do que realizar uma investigação séria, com apoio técnico.