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Rebelião provoca transferência de presos em Itumbiara
Uma bomba relógio prestes a explodir. Assim podia ser definida a Casa de Prisão Provisória de Itumbiara, no sul do Estado. O imóvel localizado em zona residencial, próximo à região central da cidade, sempre enfrentou problemas de superlotação. Há mais de 40 anos, os moradores vizinhos convivem com a constante insegurança e ameaças de rebelião, como a que ocorreu nesta terça-feira, 22.
Revoltados com a superlotação carcerária, os presos protagonizaram a maior rebelião da história de Itumbiara. A principal justificativa para o estouro da crise foi a demora na transferência dos detentos para o Presídio Regional, construído no povoado de Sarandi. A unidade prisional foi inaugurada pelo governador Alcides Rodrigues Filho (PP) no último dia 27 de junho. Quase três meses depois, o prédio ainda não entrou em atividade.
O episódio chamou a atenção das autoridades. Promotores, juízes e políticos se uniram para buscar uma solução imediata. Representante do Município na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, o Deputado Álvaro Guimarães (PR) foi surpreendido com a notícia da rebelião assim que chegou ao seu gabinete, em Goiânia. “Tínhamos muito medo que isso viesse acontecer. Lutamos para o término do Presídio do Sarandi e temos cobrado providências da Secretaria de Segurança Pública para que o mesmo entre em funcionamento“, comentou o parlamentar.
Assim que foi informado da rebelião, Álvaro Guimarães tentou contato telefônico com o Secretário Ernesto Roller (PP), mas não foi atendido. Deixou recado com sua assessoria e foi claro e contundente ao manifestar-se inconformado com a dificuldade de acesso ao chefe da pasta, bem como a demora na tomada de atitudes. “Eu não quero que ele atenda ao Deputado Álvaro. Eu quero apenas que ele dê conta de resolver os problemas da segurança pública, que são responsabilidade dele”, reclamou ao assessor da SSP.
Cerca de meia hora depois, Ernesto Roller retornou a ligação de Álvaro Guimarães, pediu desculpas e se comprometeu a fazer algo para amenizar o problema. “Ele disse que hoje mesmo (terça-feira) vai iniciar a transferência dos presos da Casa de Prisão Provisória para o Presídio Regional de Itumbiara”, informou o parlamentar republicano. Em seguida, o Deputado foi pessoalmente à Secretaria de Segurança Pública verificar as providências.
Em entrevista à Rádio Difusora de Itumbiara, Ernesto Roller reafirmou o compromisso de transferir os presidiários da CPPI para o Sarandi ainda esta semana. “É um trabalho que demanda toda uma estrutura de segurança, devido a quantidade de presos. Começaremos as transferências hoje e todos estarão no Presídio Regional até a próxima quinta-feira”, garantiu o secretário.
Álvaro Guimarães não escondeu o desconforto provocado por esta situação. “O compromisso era inaugurar o prédio pronto para entrar em atividade. No entanto, o presídio foi inaugurado sem os móveis e equipamentos, o que provocou o atraso em seu funcionamento”, explicou o parlamentar, lembrando que houve a espera da licitação e compra do mobiliário. “Isso explica, mas não justifica. A segurança é um problema e uma preocupação social. É lamentável que tenhamos que chegar a este ponto para vermos as coisas acontecerem”, conclui o parlamentar.
As obras do Presídio Regional de Itumbiara começaram em 2002 e sofreram diversas paralisações. Desde o início da atual legislatura, a retomada e conclusão dos trabalhos foi uma das principais cobranças do Deputado Álvaro Guimarães junto ao Governo do Estado de Goiás. Quando a construção foi iniciada, há 7 anos, a cadeia da cidade abrigava 80 detentos. Atualmente, são mais de 200 – número bastante próximo da capacidade total da nova unidade prisional, que é de 252 presos.
Por se tratar de um presídio regional, o prédio será destinado também ao cumprimento das penas de condenados dos municípios de Panamá, Goiatuba, Buriti Alegre, Cachoeira Dourada e Bom Jesus. Além de reduzir a superlotação, reforçando a segurança, a unidade vai possibilitar a ressocialização dos presos, por meio de trabalhos em marcenaria e serralheria.