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Notícias dos Gabinetes
Betinha destaca papel do professor e chama atenção para mais respeito a categoria

15 de Outubro de 2009 às 15:35
               Um dia de comemorações, de reconhecimento, de valorizar de forma muito especial, o trabalho tão importante dos educadores goianos e brasileiros. Uma carreira brilhante que tem construído milhares de histórias país afora. Profissionais responsáveis por uma das maiores contribuições para a formação educacional, profissional e intelectual de nossa sociedade. Pessoas que aprendem para ensinar com tanto esmero, que superam desafios da mente, do tempo, de espaço, de disposição, para manter vivo o ofício de lecionar.                         Mas infelizmente, não estamos mais no tempo em que os professores são autoridades respeitadas como outrora o eram. O mestre das salas de aula se tornou, a muito contragosto, em pseudo empregado, principalmente de famílias desajustadas, carentes de autoridade sobre seus filhos e de noção de respeito a quem, de fato, pode mudar a história dos candidatos a protagonistas das gerações futuras. Em pleno século 21, a era da informação e da depressão, o professor, sobretudo da rede pública de ensino, sofre amargamente a total falta de reconhecimento do encargo para o qual foi estabelecido em cada unidade escolar. É assustador saber de histórias, reais e constrangedoras, de mulheres que durante o exercício da pedagogia, são insultadas, agredidas, desrespeitadas. Ressalto o vexame das mulheres professoras porque são maioria nas salas de aula, mas também é fato o descaso com os homens que lecionam. Apesar dessa triste realidade, não poderia deixar de registrar aqui a determinação de milhares de professores em todo o Brasil que resistem a essa triste realidade e continuam o valoroso trabalho de continuar o processo de aprendizado aos nossos filhos.            A situação requer medidas urgentes. Pesquisa feita com 2500 educadores em Minas Gerais mostrou que 41% dos professores naquele Estado já haviam sofrido algum tipo de agressão em sala de aula, a maioria ameaças, assédio moral ou violência psicológica. A pesquisa mostrou ainda que muitos mestres não denunciavam os casos por medo de serem demitidos porque não encontravam apoio na direção das escolas e muitos menos junto aos pais. Além disso, ficou constatado que o aluno agressor não estava só na escola pública, mas também na rede particular.             O mais grave é que sabemos que o problema é dramático porque a solução não depende apenas das autoridades de segurança pública, ou mesmo das secretarias de educação, mas, principalmente, das famílias que ao longo dos anos, perderam ou esqueceram a referência do valor dos educadores, evidenciando essa calamidade, não interferindo na postura dos filhos que contaminam os remanescentes que ainda estão nas salas de aula.            Não bastasse o lamento por causa da violência, a remuneração para a maioria dos educadores no Brasil, os da rede pública de ensino básico, não costuma ultrapassar o teto que não chega nem a mil reais porque o país e os governos estaduais não conseguem autorizar os aumentos que a categoria defende todos os anos.            Diante um cenário tão negativo, fica a pergunta: Por que os professores ainda existem? Não poderiam seguir carreira em outros segmentos? Sim, poderiam, mas, para vergonha dos que não os reconhecem, os mestres defendem uma paixão pela carreira não vista por muitos outros profissionais, que às vezes superam os rendimentos dez, quinze vezes mais que o ordenado do professor, e as vezes param suas atividades e fazem calorosos protestos porque acreditam que não têm condições de trabalho tampouco remuneração justa.             É hora de entender que o professor não pode ser colocado numa posição de igualdade de direitos e obrigações que os alunos garantindo defesas aos estudantes que sugerem liberdade para colocar o mestre no lugar do aprendiz. O respeito às autoridades (e não a submissão ao autoritarismo) é fundamental para a construção de uma sociedade equilibrada e que mantém viva seus valores de hierarquia, poder e convivência em comunidade.            Que nesse dia o olhar sobre o professor seja, pelo menos, parecido com o que era tão comum em minha época e de muitos outros goianos. Um olhar de reverência, de respeito, de amor, de inspiração para no futuro ser igual ao meu professor. Dar honra aos que dão honra é o mínimo que se espera aqueles que investem boa parte de suas vidas à formação intelectual de nossos filhos.
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