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Em reunião com movimentos sociais, presidente do INCRA reforça democracia na gestão
O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Celso Lisboa de Lacerda, e Jorge Tadeu Jatobá Correia, superintendente da autarquia em Goiás, se reuniram na tarde desta sexta-feira, 29, com o Fórum Estadual pela a Reforma Agrária e Justiça no Campo de Goiás. O deputado Mauro Rubem (PT-GO) participou da discussão e ressaltou a necessidade de uma Conferência sobre Reforma Agrária em Goiás. Em encontro reservado com Celso Lacerda, Jorge Tadeu e Aderson Liberato Gouveia, coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT-GO), o petista apresentou um manifesto, que conta com o apoio de 13 entidades defensoras da Reforma Agrária, pela convocação da Conferência:"A Reforma Agrária em Goiás que queremos".
De acordo com Celso Lacerda, o Governo Federal está com o intuito de formar equipes técnicas dentro das superintendências regionais do INCRA, debater a Reforma Agrária de maneira incisiva e realizar uma gestão com a participação efetiva dos movimentos sociais organizados na formulação das políticas. A proposta do parlamentar para a realização da Conferência vem ao encontro do projeto da presidenta Dilma para solucionar as dificuldades enfrentadas pelo INCRA, valorizar os servidores e fortalecer os movimentos sociais e campesinos.
O Encontro
A mesa de debates foi composta pelas autoridades do INCRA, Mauro Rubem, Dom Tomás Balduíno, bispo emérito da Diocese de Goiás, Otacílio Teixeira, delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Júnior Fidelis, procurador chefe do INCRA Nacional, Cláudio Maia, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e Robson Luis de Morais, diretor-técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Goiás (EMATER-GO).
Durante o encontro estiveram presentes representantes de movimentos sociais que integram o Fórum, dentre eles, Movimento dos Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB). O coordenador do MST, Valdir Misnerovicz, afirmou que para discutir Reforma Agrária, é preciso definir o seu conceito, contextualizando-o para que, posteriormente, seja possível colocá-la como uma política concreta de desenvolvimento para o país.
Co-fundador da Comissão Pastoral da Terra (MPT), Dom Tomás Balduíno disse que o MDA é desprivilegiado e pobre, ao contrário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Segundo o bispo, isso é um exemplo da política que vem sendo adotada e essa situação precisa mudar. “Esperamos que vocês assumam a Reforma Agrária como um conglomerado dos movimentos camponeses, dando-lhes maior autonomia”. E completou que a luta pela Reforma Agrária está diretamente ligada à macropolítica e o desenvolvimento do Brasil. Concordando com o posicionamento de D. Tomás, o parlamentar completou, “as dificuldades em implantar a Reforma Agrária no Brasil são estruturais e é preciso combater a elite agrária e a concentração de renda dentro do Estado”.
Nova Gestão
Na ocasião, Celso Lacerda afirmou que espera que a gestão do superintendente do INCRA SR-04 seja formada por uma equipe comprometida com o desenvolvimento das políticas de Reforma Agrária para mudar a imagem que a instituição serve apenas para aparelhagem política. “É por isso que estamos montando uma equipe técnica em todo o país. E estou animado com essa conjuntura política”, destacou o presidente.
Respondendo às declarações do Celso Lacerda, Jorge Tadeu disse que reconhece que a tarefa de realizar a Reforma Agrária é árdua, mas está disposto a aprimorar o relacionamento com os movimentos sociais e “contribuir para o avanço econômico e social do Estado”. E completou, “com determinação, avançaremos democraticamente e iremos colaborar para termos mais justiça no campo”.
Avanço
Para o deputado Mauro Rubem, esta foi uma importante iniciativa do Fórum Estadual pela Reforma Agrária e Justiça no Campo de Goiás para aproximar os movimentos sociais, defensores da causa e Governo Federal no sentido de encontrar alternativas para o desenvolvimento e estruturação dos assentamentos e viabilizando a produção e a comercialização.