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Mauro Rubem participa da 13ª. Parada do Orgulho LGBT em Goiânia
“Manifestações como estas, são necessárias para a construção de uma sociedade pautada no respeito aos direitos humanos, que todas as pessoas portam de viver e expressar sua orientação sexual, visto que um povo só é justo e democrático quando ele acolhe todos os seguimentos e os permitem viver livre do preconceito”, disse Mauro Rubem.
"Atualmente nossa luta se concentra principalmente em três direitos: pela união estável entre pessoas do mesmo sexo, a criminalização da homofobia e o direito de travestis e transexuais de se identificarem com o nome social, aquele que condiz com seu gênero", disse Marcos Silvério, presidente da recém-criada Associação da Parada GLBT de Goiás, ONG que vai começar a profissionalizar a organização e realização das paradas no Estado.
O evento começou por volta das 12h, ao lado do Parque Mutirama. A partir das 16h, os participantes percorreram a pé e em seis trios elétricos as principais avenidas do centro de Goiânia, passaram pela Praça Cívica (onde fica a sede do governo estadual) e voltaram, por volta de 18 horas, para a entrada do Mutirama.
Além da festa tradicional, com música eletrônica e pessoas fantasiadas, houve espaço para conscientização política e social, com campanhas sobre doenças sexualmente transmissíveis, contra a gripe suína e sobre as principais reivindicações do movimento LGBT.
"Não estamos fazendo um carnaval fora de época. A intenção da parada é conscientizar as pessoas de que também temos direito. E envolver os participantes do movimento GLBT na luta para que a luta pelos nossos direitos seja uma política pública do Estado e não apenas a iniciativa de um ou outro político. Hoje é isso que acontece", disse a psicóloga Beth Fernandes, presidente do Fórum Goiano de Travestis (FGT).
Para o presidente da Associação da Parada em Goiás, os avanços acontecem a passos muito lentos no Brasil. Ele citou como pontos positivos o caso da frente parlamentar criada no Congresso para discussão de leis que favoreçam os direitos do movimento LGBT e a criação de um centro de referência pelo governo de Goiás para criação de projetos pró-LGBT e contra a discriminação. "Em compensação, falta mais apoio do poder público. A parada, que é uma data bastante importante para nós, não contou com o apoio do poder público. Não podemos ficar só com iniciativas isoladas."
Fantasias e preconceitos
Entre os fantasiados, um dos mais requisitados para fotos era o servidor público Enilson Ferreira Bastos, 47 anos, ex-presidente da ONG Estrutura, do Distrito Federal. Ele participou pela sétima vez da Parada LBGT em Goiânia. Bastos vestia uma fantasia com penas coloridas em forma de arco-íris nas costas, uma sunga branca e um chapéu com um letreiro luminoso pedindo apoio para aprovação de uma lei que tramita no Congresso Nacional pela criminalização da homofobia.
"Hoje a gente percebe que a sociedade é menos preconceituosa, mas ainda rola muita homofobia. Ainda estamos atrás de muitos outros países, onde a legislação é mais igual entre homossexuais e heteros. Para se ter uma idéia, na Argentina, em Buenos Aires, é permitida a união civil homossexual. No Uruguai, foi aprovado a adoção de crianças por homossexuais. E aqui no Brasil ainda lutamos pela criminalização da homofobia."
União estável
Outra luta do movimento LGBT é pela união estável reconhecida pela Justiça. "Não queremos casamento de véu, vestir de noiva, igreja, essas coisas. Queremos o direito a uma vida em comum, com todos os direitos de um casal hetero, registrado em cartório, para defender os bens do casal, o direito a uma pensão, herança", explicou Beth Fernandes.
Juntas há oito anos, Cíntia Clara, 34 anos, e Angelina, 35 anos, comemoram a possibilidade de poderem andar de mãos dadas e à vontade não só durante a parada LGBT, mas no dia-a-dia. "Nós já sofremos com o preconceito, principalmente de vizinhos e de homens, que vem com esse papo de que o que precisamos é de um homem. Nós fingíamos que não ouvíamos. Hoje ainda tem isso, mas é bem menos. A sociedade está menos preconceituosa", disse Angelina.
O que as duas reclamam é da falta de políticas públicas para homossexuais. "Tem sempre campanha de saúde, como se tudo fosse uma questão de Aids. Mas nós temos muitas coisas que precisamos lutar. É preciso acabar com a homofobia, as pessoas precisam se conscientizar que todos nós temos os mesmos direitos e queremos o mesmo que todo mundo: ser feliz", disse Cíntia.