Notícias dos Gabinetes Mauro Rubem comenta criação da CPI do MST
22 de Outubro de 2009 às 16:43
Trata-se de uma atitude eleitoreira, disse petista
Foi aprovada nesta quarta-feira, 21, no plenário do Congresso, a criação da CPI Mista do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) para investigar o financiamento com verbas públicas das associações de apoio ao movimento, além do suposto desvio desses recursos para financiar invasões de propriedades rurais produtivas e prédios públicos, como sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e agências bancárias.
O requerimento de criação da CPI foi lido ontem em sessão do Congresso e a Comissão deve ser criada nesta quinta-feira, 22, após a verificação de todas as assinaturas no requerimento. No início da madrugada, os deputados da bancada ruralista diziam ter um total de 210 assinaturas, ante um mínimo necessário de 171 para aprovação.
O deputado estadual Mauro Rubem (PT), titular da Comissão de Habitação, Reforma Agrária e Urbana na Assembleia, entende essa propositura como uma atitude eleitoreira e de viés latifundiário. “A oposição quer criar uma situação que não tem fundamento, que já foi investigada anteriormente e não achou nenhuma irregularidade. Portanto só posso ver nessa proposta duas motivações, a primeira eleitoreira e a segunda no propósito de manter os latifúndios, que são um câncer na sociedade”, explicou o parlamentar.
No espaço de seis anos, esta é a segunda CPI criada no Congresso para investigar o repasse de verbas do governo federal para associações e cooperativas rurais ligadas ao MST. A primeira delas, instalada no Senado em 2003, primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, não teve resultados objetivos. Dois anos de debates e dois relatórios não tornaram mais eficiente o controle do repasse de verbas, não reduziram seu fluxo, não responsabilizaram ninguém pelas supostas falhas e não melhoraram a reforma agrária.
Mauro Rubem espera ainda que desta vez a CPI sirva para investigar também o repasse de recursos para o agronegócio. “Sabemos que o governo federal destina enormes somas ao agronegócio, e tenho esperanças de que nesta CPI se investigue onde estão sendo aplicados estes recursos”, finalizou o deputado.