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Primeiro Seminário Legislativo pela Reforma Agrária supera as expectativas
Paralelamente ao seminário, acontece no saguão da Assembléia a Feira da Cidadania e Dignidade no Campo, onde cada movimento ligado à agricultura familiar, camponesa e pela reforma agrária, faz a exposição de produtos produzidos, bem como seu material de formação, seu histórico e suas bandeiras de luta.
Segundo o parlamentar, o objetivo do seminário, que vai até quinta-feira, 4, será o de promover debate em torno dos aspectos positivos e seus impactos na sociedade e na economia local, e ainda o papel estratégico na garantia da soberania alimentar.
Com o tema Reforma Agrária como Instrumento de Justiça Social, autoridades e camponeses discutiram aspectos da luta do homem no campo. Além de Mauro Rubem, compuseram a mesa de autoridades, o deputado federal Pedro Wilson (PT-GO), o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Leonardo Veloso, o presidente do Incra, Rolf Hackbart; o superintendente federal de Agricultura e Abastecimento em Goiás, Helvécio Magalhães; o conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra, Dom Thomas Balduíno; o superintendente do Incra em Goiás, Rogério Arantes; o superintendente da Regional 28 do Incra, João Batista.
Representantes vários movimentos sociais ligados à questão agrária participaram do evento, como o MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra, FETAEG – Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de Goiás, FETRAF-GO – Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, Terra Livre, MLST – Movimento de Libertação dos Sem Terra, MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, MCP – Movimento Camponês Popular, MVTC 2 - Movimento de Volta do Trabalhador ao Campo – GO, MVTC ¹ - Movimento de Volta do Trabalhador ao Campo – GO, MBTR – Movimento Brasileiro de Trabalhadores Rurais, MAB – Movimento dos Atingidos por Barragem, MMC – Movimento de Mulheres Camponesas, PJR – Pastoral da Juventude Rural, CPT – Comissão Pastoral da Terra (regional Goiás / nacional), MATR – Movimento de Trabalhadores Rurais, MST – DF - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra no DF e entorno, FETRAF – DF - Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar , FETA-DFE – Federação dos Trabalhadores na Agricultura no DF e entorno, LCPC – Liga Camponesa do Planalto Central.
Mauro Rubem destacou que o objetivo do seminário é fazer a integração dos movimentos sociais. “Este é um fator imprescindível para avançarmos na questão da reforma agrária no Estado, no País.”, ressaltou.
O deputado federal Pedro Wilson enfatizou que “Goiás tem terras para reforma agrária”. O parlamentar destacou ainda a necessidade de mais recursos da União para promover a reforma e afirmou que programas do Governo federal, como o Luz para Todos, garantem qualidade de vida para o homem do campo. Para Pedro Wilson, o País tem muito espaço para que a agricultura avance. Fomentar a agricultura familiar é, na opinião dele, incentivar a produção dos alimentos que comemos. “Os produtos oriundos da agricultura familiar representam em torno de 80% do que temos na nossa mesa, que é o arroz, o feijão e a mandioca” destacou.
Parebenizando Mauro Rubem pela realização, o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Leonardo Veloso, destacou que “Reforma Agrária não é só dividir as terras e jogar os camponeses lá. O Estado precisa garantir a dignidade e a qualidade de vida”, explicou. O secretário propôs no evento, a elaboração de um cronograma de ações de promover a regularização fundiária e outras atividades referentes à reforma agrária. "A Secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento está à disposição dos movimentos sociais, estamos dispostos a colaborar", finalizou.
Superintendente federal de Agricultura e Abastecimento em Goiás, Helvécio Magalhães ressaltou que uma das grandes preocupações dos movimentos deve ser dar viabilidade estrutural aos assentamentos. “É preciso garantir assistência técnica aos camponeses. Além disso, estruturar a produção em cooperativas e verticalizar a produção, ao incorporar valores ao produto primário, evitando atravessadores para colocar os produtos dos camponeses no mercado”, ressaltou o superintendente.
Novo modelo
Presidente do Incra, Rolf Hackbart lamentou que poucos setores da sociedade querem discutir e propor o real modelo de desenvolvimento sustentável, não baseado no consumismo. “Precisamos discutir que tipo de desenvolvimento queremos para o País”, ressaltou, afirmando que quanto mais a sociedade for organizada, por meio de movimentos sociais, mais melhorias terá.
Rolf espera que todos os movimentos sociais discutam uma pauta em comum, na qual a Reforma Agrária e o desenvolvimento rural sustentável com os camponeses seja prioridade para o desenvolvimento do País.
Segundo o presidente do Incra, é preciso combater as ideias disseminadas pelos grandes meios de comunicação, de que a Reforma Agrária é cara, produz violência e destrói o meio ambiente. “Precisamos mudar o modelo agrário do País”, finalizou.
Conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Tomás Balduíno salientou que “o que há de bom e esperançoso no campo é a atuação dos camponeses, com propostas viáveis ambiental e territorialmente”, explicou, dizendo que a sociedade não pode reduzir o conceito da Reforma Agrária. "A proposta é democratizar o desenvolvimento rural”, pontuou o bispo.
Por fim, representantes dos movimentos sociais relataram os problemas referentes à manutenção do homem no campo e a necessidade de acelerar a Reforma Agrária. Durante a tarde desta terça-feira, 2, a Assembleia sediou debates sobre os temas: Limite da Propriedade, Índices de Produtividade e Soberania Militar.