Durante 25 dias de ocupação na superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Goiás, integrantes de cinco Movimentos Populares, defensores da Reforma Agrária, tinham como principal reivindicação a substituição do antigo superintendente, Rogério Arantes, pois, segundo eles, não mantinha o diálogo com estes segmentos. Após reuniões e negociações em Brasília, hoje (22) o novo superintendente, Jorge Tadeu Jatobá Correia, tomou posse. O deputado Mauro Rubem (PT-GO) e assessores do Mandato Popular estiveram presentes para comemorar esta conquista e firmar o seu apoio à luta pela reforma agrária.

No último dia 4, o petista foi à Brasília para articular com o presidente do Incra, Celso Lacerda, a melhor maneira de solucionar os problemas do órgão no Estado. Sempre na busca pela qualidade de vida dos trabalhadores rurais, Mauro reforçou a importância em estabelecer maior integração com os movimentos sociais e uma gestão mais participativa. (Leia mais)

Após a nomeação do novo superintendente, foi realizada uma reunião com os líderes dos movimentos, Mauro Rubem, representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal em Goiás (Sintsep-GO) e o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Otacílio Teixeira para estudar acordos de desocupação do órgão. Na ocasião, Correia reforçou que vai buscar solucionar os problemas em conjunto e afirmou contar com a colaboração do parlamentar para que a desocupação ocorra com tranquilidade e que os manifestantes saiam com a cabeça erguida. E completou,"até a próxima semana a situação no Incra será normalizada e o acordo para a desocupação será cumprido". Preocupado com a situação dos assentados, Mauro Rubem propôs algumas medidas para acelerar a volta das famílias ao campo, o que foi aceito pelas lideranças presentes.

Segundo o superintendente, a proposta da autarquia em Goiás é a mesma do Incra Nacional "aumentar o número de assentamentos e estimular o desenvolvimento dos que já estão estabelecidos". Atualmente, existem 285 assentamentos no Estado de Goiás com mais de 13 mil famílias. E frisou que é necessário levar infraestrutura básica às famílias, como energia elétrica, através do Programa Luz para Todos, do Governo Federal; além de água encanada, esgoto e a construção de estradas.

Para o deputado é imprescindível manter a luta pelo avanço das políticas de Reforma Agrária, utilizando como referência o modelo de Agricultura Familiar que promova a produção de alimentos saudáveis e a soberania alimentar e garanta a preservação ambiental. E destacou que a qualidade de vida dos camponeses também precisa ser foco nas políticas públicas.

Mostrando-se otimista, Correia falou que é preciso utilizar os recursos públicos de maneira racionalizada, efetiva e, sobretudo, com transparência. "Reforma agrária é realidade objetiva no país e envolve intenções grandiosas. Daí surgem dificuldades para realizar essa tarefa. Mas, a partir de agora, pretendo unir forças e estabelecer contato com o governo estadual, com a prefeitura e com os movimentos sociais para otimizar e avançar no processo de desenvolvimento da reforma agrária em Goiás", enfatizou Jorge Tadeu.

Os movimentos que realizaram a ocupação do Incra foram: Terra Livre, Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Volta dos Trabalhadores ao Campo (MVTC), Movimento Brasileiro dos Trabalhadores Rurais (MBTR), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (FETRAF). Em nota, afirmaram que a expectativa é que a nova gestão estabeleça uma parceria com os movimentos, servindo aos "trabalhadores camponeses e familiares, agilizando o processo de reforma agrária em Goiás, dialogando com os movimentos e não os tendo como inimigos". E alertaram, que "se os outros pontos de pauta não forem atendidos e se o INCRA – GO continuar com a morosidade e a falta de compromisso do ultimo período não hesitaremos em ocupá-lo novamente".