Na última quinta-feira, 19, em sessão plenária da Assembleia Legislativa, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa, deputado Mauro Rubem (PT), mais uma vez denunciou as ameaças que os defensores de direitos humanos têm recebido no Estado, e pressionou o Governador para que ele se manifeste em favor desta luta, alegando que, caso contrário, isso seria interpretado como conivência aos abusos que vêm ocorrendo.

O último caso aconteceu nesta segunda-feira, 15, quando o padre Geraldo Labarrère, da Casa da Juventude, recebeu um telefonema ameaçador, que se acredita terem sido feitos por policiais que se sentem vulneráveis às revelações do Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial, do qual o padre faz parte. Ao tomar conhecimento dessa ação criminosa, o Mandato Popular do parlamentar contatou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás e, em reunião com o superintendente da Polícia Judiciária, Álvaro Cássio dos Santos, e o dr. João Carlos Gorski, da Gerência de Inteligência da Polícia Civil de Goiás, solicitaram proteção ao religioso. (Leia mais)

Além disso, o petista apresentou requerimento solicitando ao Governo do Estado a criação do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos no Estado de Goiás, visando à adoção de medidas, em parceria com a União, para implementação e fortalecimento dos programas de proteção aos ameaçados. “É imprescindível fortalecer a execução desse programa, garantindo segurança nos casos de violência, ameaça, retaliação, pressão ou ação arbitrária, e a defesa em ações judiciais de má fé, em decorrência de suas atividades”, explica.

Para Mauro Rubem é preciso pressionar o Governador para que ele se posicione. O parlamentar ressaltou que, se for necessário, “vai fazer uma intervenção forte junto ao Ministério da Justiça para suspender os recursos à Secretaria de Segurança Pública porque não podemos continuar repassando recursos para um Poder Executivo que não quer combater esse tipo de prática da banda podre que temos na polícia de Goiás”.

O deputado cobra atitude do governador Marconi Perillo baseado na movimentação que há quatro anos ocorre em Pernambuco e que tem resultado em impressionante queda no número de homicídios naquele Estado, diminuindo a média de crimes de 114, em 2006, para 43, no ano de 2010. Em toda a região Nordeste, houve o crescimento da violência, com exceção de Pernambuco, que colocou em prática o “Pacto pela Vida”, em que o próprio governador, Eduardo Campos (PSB-PE), assumiu a responsabilidade de diminuir a criminalidade da região. A ausência do governador de Goiás é grave, porque corrobora as ilegalidades cometidas pela polícia, reveladas na Operação Sexto Mandamento, e diminui a credibilidade da força do Estado.

Segundo Mauro Rubem, a exemplo das ações da presidente Dilma Rousseff, Marconi Perillo deveria realizar a faxina que está acontecendo em âmbito federal e, acima de tudo, oferecer proteção a quem defende a vida. “Esta é a postura que esperamos do Governador de Goiás. É preciso agir, cuidar da população e tomar para si a responsabilidade de combater os crimes”, declarou o deputado.