A Subcomissão Especial sobre o uso de agrotóxicos da Câmara dos Deputados e seu relator, deputado federal Padre João (PT-MG), realizaram na última terça-feira (23), em Brasília, audiência pública sobre a utilização dos agrotóxicos na agricultura brasileira e as conseqüências à saúde da população. O deputado Mauro Rubem (PT-GO), defensor de um novo modelo de produção de alimentos, foi o único parlamentar do Estado de Goiás presente na atividade.

Na ocasião foi debatido o controle das substâncias com a finalidade de minimizar ou até mesmo, acabar com a utilização dos agrotóxicos devido aos altos índices de contaminação dos alimentos e dos agricultores que os utilizam. Esta prática tem causado um processo de intoxicação aguda que gera problemas sem precedentes na saúde pública. Para Mauro Rubem, é necessário investir na produção de alimentos saudáveis, ou seja, garantir maiores investimentos na reforma agrária e na agricultura familiar como um todo, no sentido de garantir o processo de produção em uma perspectiva agroecológica.

Durante a audiência, foi apresentado o filme ‘O Veneno está na Mesa’. Dirigido por Silvio Tendler, o documentário alerta sobre a utilização de agrotóxicos e afirma que desde 2008 o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos do mundo, cerca de 5 litros anualmente por habitante. A idéia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio.De acordo com o diretor, esta é uma das lutas mais importantes do nosso tempo: direito à vida com qualidade. E acrescentou que os governos progressistas aceitam o uso de agrotóxicos como se fosse a única alternativa de desenvolvimento, “mas não é bem assim. A utilização de agrotóxicos destrói não apenas os seres humanos, prejudica fortemente o meio ambiente”, frisou Tendler.

Participaram da audiência o professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Wanderley Pignati; a professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Raquel Rigotto; o pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fundação Oswaldo Cruz, Marcelo Firpo de Souza Porto; o professor de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Tarcísio Márcio Magalhães Pinto. Além de trabalhadores da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) representados pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), entre eles, Ademar Rodrigues, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal em Goiás (Sintsep-GO).