Na última terça-feira, 23 de agosto, os movimentos que integram a Via Campesina mobilizaram cerca de 4 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de 23 Estados e do Distrito Federal, e foram a Brasília reivindicar, junto ao Governo Federal, um acordo com o Ministério da Fazenda para resolver as dívidas dos pequenos agricultores e também solicitar a revisão do valor das verbas liberadas para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O deputado Mauro Rubem (PT) esteve presente na manifestação para mostrar apoio à luta pela Reforma Agrária e a democratização da terra no Brasil.

Os agricultores estão acampados no estacionamento do ginásio Nilson Nelson desde a última segunda-feira, 22, e, na manhã deste domingo, 28, ocuparam o prédio do Ministério da Fazenda de maneira pacífica e conseguiram uma reunião no Palácio do Planalto com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman; o ministro do Desenvolvimento Agrário, Florence; e o secretário do Tesouro, Arno Augustin.

A reunião com os ministros visou ao diálogo com o Governo Federal sobre os problemas enfrentados pelos agricultores. De acordo com o MST, a dívida dos pequenos agricultores chega a R$ 30 bilhões e o orçamento destinado a desapropriações de terra e criação de assentamentos foi de R$ 530 milhões para este ano e já foram utilizados. Os ministros afirmaram que até sexta-feira, 26, as propostas feitas pelos trabalhadores rurais serão analisadas.

Na manhã do dia 24 de agosto, os trabalhadores da Via Campesina se reuniram com parlamentares para debater o fortalecimento da agricultura familiar e camponesa e a Reforma Agrária. Na reunião, estiveram presentes 11 deputados federais, quatro senadores e Mauro Rubem, que foi o único deputado estadual a participar. Dentre as aludidas lideranças, estavam a senadora Ana Rita (PT-ES), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), deputado federal Padre Ton (PT-RO) e o deputado federal Paulo Rubem (PDT-PE).

A Via Campesina é uma articulação internacional de movimentos sociais camponeses. No Brasil, é integrado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pescadores e Pescadoras, Quilombolas, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), além do Sindicato dos Trabalhadores da Embrapa (Sinpaf), da Federação dos Estudantes de Agronomia e da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal.