A esquerda petista realizou, na última quinta-feira, 1º de setembro, em Brasília, o 1° Seminário Inaugurar um Novo Período, com o intuito de reorganizar e redefinir uma orientação política da esquerda, em que haja aproximação com os movimentos sociais, com os trabalhadores do campo e da cidade, e com os grupos historicamente excluídos para construir uma sociedade justa e socialista. O deputado Mauro Rubem (PT) participou do evento e afirmou que este é um momento histórico para o Partido dos Trabalhadores e que o partido “deve buscar ampliar suas bandeiras tendo como estratégia a transformação social”.

Uma tendência interna do PT, a Articulação de Esquerda (AE), sofreu uma cisão com a saída de mais da metade dos seus militantes. Os dissidentes da AE propuseram o seminário que reuniu importantes nomes da esquerda brasileira, como Emir Sader; o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira; vice-governador do Ceará, Francisco Pinheiro; presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda; ex-ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin; diretor da União Nacional dos Estudantes, Guilherme Guimarães, dentre várias lideranças políticas e militantes do Partido dos Trabalhadores.

O evento foi composto por mesas de debates que analisaram a atual conjuntura política internacional e brasileira, o Governo Dilma, a luta social no Brasil e a relação do atual governo com os Movimentos sociais e o papel dos socialistas dentro do PT, dentre outras temas. As vozes foram no sentido de fortalecer a esquerda no Brasil e lutar para que a sociedade tome consciência do seu poder e invista na democracia, exercendo sua autonomia e liberdade.

Como um dos representantes da Tendência Marxista (TM) do PT e do Estado de Goiás, Mauro Rubem foi convidado a participar da mesa durante o debate acerca dos desafios enfrentados pelos movimentos sociais e a sua relação com o governo da presidente Dilma. Dentre outros temas, em sua fala, o deputado ressaltou a importância de se criar um cenário que ofereça autonomia aos movimentos e a necessidade de organizar a esquerda do PT, de modo a terem mais força para que a população não sofra as consequências de conchavos políticos. E completou: “Não podemos deixar de atender às demandas populares, precisamos lutar para que os processos de terceirização cessem, a reforma agrária aconteça efetivamente, e os meios de comunicação sejam espaços mais democráticos”.

A disputa ideológica e a falta de políticas públicas para as minorias permearam as mesas do seminário. O professor Emir Sader declarou que a esquerda precisa conscientizar a sociedade da grande pressão ideológica que sofre através do atual sistema, da hegemonia do capital, e do fato de que os meios de comunicação são instrumentos desse sistema explorador. E que, portanto, é preciso colaborar para a libertação da população.

O seminário foi realizado no dia anterior à realização do 4° Congresso Nacional do PT, que discutiu, entre outros temas, a reforma do estatuto do partido, o processo para novas filiações, as candidaturas e as alianças partidárias para as próximas eleições.