Os anabolizantes levam a alterações cardiológicas, hepáticas e endocrinológicas - quadros que podem matar. Cientes ou não deste fato, muitos jovens e adultos preferem correr o risco, apelando para a medicação como forma de exibir um corpo malhado e musculoso.

O último caso foi do pintor Julieber Costa, que veio a óbito no último dia 6. A família disse que não sabia que usava anabolizantes, mas confessam que estranharam o ganho de músculos em tão pouco tempo. Julieber gostava de exibir os músculos, que dizia ter conquistado em apenas 8 meses de academia. Com dores e inchaço no braço direito, o pintor foi internado no hospital Santa Casa do município de Catalão. Só três dias depois, após ser submetido a uma cirurgia, Julieber confessou que usava anabolizantes.

Segundo a mulher dele, eram produtos para tratamento de bois e cavalos. “Não sei se ele aplicava, se alguém aplicava para ele, não sei. Acho que buscaram informação pela internet e tinha um rapaz que vinha de Uberlândia e trazia pra ele”, diz Ana Paula Santos.

Quando o estado de Julieber piorou, foi transferido para Goiânia, mas os médicos não conseguiram conter a infecção na região do braço esquerdo, onde o anabolizante foi aplicado. Os rins pararam de funcionar e ele morreu após uma parada cardíaca.

Os esteróides anabolizantes são hormônios que aumentam a massa muscular cuja aplicação só é permitida, em humanos, para tratar algumas doenças, como distúrbios endocrinológicos e câncer, por exemplo, e em baixíssimas doses. O uso de esteróides anabolizante para aumento de massa muscular é crime.

O deputado estadual Padre Ferreira, ciente da necessidade da conscientização apresentou na Assembléia Legislativa um projeto que propõe a obrigatoriedade de placas de alerta sobre os perigos dos anabolizantes em academias e clubes esportivos. A proposta visa incentivar a atividade física, mas feita de maneira adequada, que não ofereça riscos à saúde.