Notícias dos Gabinetes
Semana da Inclusão Humana
* Padre Ferreira é deputado estadual e líder do PSDB na Assembleia
A construção de um País menos desigual é dever de todos os cidadãos. A Semana da Inclusão Humana, realizada na Assembleia Legislativa de Goiás até esta quinta-feira (24), é uma oportunidade para promovermos um debate muito importante para a nossa sociedade. Hoje, segundo o IBGE, 14,5% da população brasileira, ou 25 milhões de pessoas, possuem algum tipo de deficiência.
Ainda assim, as calçadas das grandes e pequenas cidades não são preparadas para cadeirantes e/ou deficientes visuais; nossos veículos, principalmente os do transporte coletivo, são pouco adaptados para quem precisa de cuidados especiais; poucos livros são editados em braile e nem ao menos as emissoras de TV fazem questão de destinar programação específica aos deficientes, principalmente quem tem problema de audição.
No mercado de trabalho a situação se repete. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, num universo de 26 milhões de trabalhadores formais ativos existentes no País hoje, 537 mil são pessoas com deficiência, representando apenas 2% do total. Falta oportunidade de emprego, mas falta também treinamento.
Se o cidadão pobre hoje dificilmente consegue entrar na universidade pública ou até fazer um curso profissionalizante gratuito, imagina a dificuldade de acesso de quem tem algum tipo de deficiência, como a visual, por exemplo. São situações que complicam, e muito, a inclusão do deficiente em nossa sociedade.
A Semana da Inclusão Humana é um excelente ponto de partida para repensarmos os nossos conceitos. É uma chance de não só o poder público traçar novas diretrizes públicas, mas também de colocarmos barreiras no preconceito. Preconceito que está arraigado em nossos corações, após décadas de desinformações.
Segundo especialistas, a vida de exclusão dos deficientes começa dentro de casa, a partir da família e das brincadeiras infantis. Preconceito este passado de pai para filho, que repercute no trabalho e termina por abandonar o deficiente na idade avançada.
É preciso fazer algo para mudar esta situação. Conforme a cartilha internacional sobre os direitos da pessoa com deficiência, é preciso respeitar e dar dignidade ao portador. É necessário aceitá-lo com suas diferenças e dar oportunidades iguais, principalmente de trabalho.
A deficiência tem de ser entendida como diferença, e não como doença. Inclusão social do deficiente é responsabilidade de todos e passa pela construção de políticas públicas que garantam oportunidades iguais.