Notícias dos Gabinetes
Crescimento precisa ser sustentado, com investimento em educação
É inegável que o Brasil vem crescendo nos últimos anos. A economia se expande em praticamente todos os setores, desde a agricultura à indústria. Isso graças ao cenário favorável para nossas exportações, principalmente de produtos minerais, chapas de aço, carne e soja.
Mas esse crescimento precisa ser sustentado. O País hoje carece de mão de obra qualificada e especializada. À exceção dos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, os demais Estados não conseguem formar profissionais capacitados para as novas demandas do agronegócio e da indústria.
As universidades públicas federais estão sucateadas e passam por dificuldades para conseguirem funcionar com plenitude. Em determinados cursos, como Medicina, por exemplo, os alunos são obrigados a levar de casa material didático, uma vez que as instituições não conseguem fornecê-los.
Já a rede de ensino técnico não acompanha as tendências de mercado. É preciso que instituições como Sesc e Senai aprimorem suas escolas para conseguir formar profissionais para o mercado, trabalho este que deveria ter sido realizado pelo governo federal.
O Brasil, mais uma vez, parece querer perder o bonde da história. Num momento pós-crise, ideal para pisar fundo no acelerador do crescimento, o País não investe em educação, na formação de profissionais. É a hora de o Brasil dar um passo adiante, sair na frente para poder, no futuro, ter mais chances de competitividade na briga com potências emergentes, como China, Rússia e Índia.
Quando se fala em educação no País, as únicas notícias são sobre a fraude no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ou que o ministro, Fernando Haddad, é candidato a algum cargo público em 2010. Notícias de investimento, de melhoria, de gastos com bolsas de estudo, que seriam realmente interessantes, nada de se ouvir.
Educação precisa ser prioridade, de fato, de nossos governantes. Nada é mais imprescindível para o futuro de um País do que educação de qualidade. Não existe desenvolvimento sem conhecimento. Os dois andam juntos. Isso ocorre com qualquer potência econômica do mundo.
A Coreia do Sul é um bom exemplo a ser seguido. Após a guerra das Coreias, na década de 50, na qual o país foi dividido em dois, o sul investiu maciçamente em educação. Hoje, sedia empresas do porte da Samsung, LG, Hyunday. Mesmo com pequena extensão territorial, já sediou até Olimpíada.
Se o Brasil continuar crescendo sem qualificação profissional, vai estagnar. Ao contrário de máquinas e equipamentos, mão de obra qualificada é algo complicado de se importar. É preciso fazer por aqui, e rápido.