Notícias dos Gabinetes
Thiago Peixoto comenta posse de Obama em O Popular
O desafio de consertar o mundo
Terça-feira, Barack Obama deixa de ser uma promessa para ser um agente de poder. Ele convenceu a todos da sua capacidade de promover mudanças partindo do simples princípio de que as pessoas, a sociedade e as nações podem mudar. Desta forma, como nunca visto, chegou ao poder representando esperança, imensa vontade de mudança e grande otimismo.
Por outro lado, ninguém chegou à Casa Branca com tantos desafios pela frente. Obama recebe uma nação a ser reconstruída em muitos aspectos. A começar pela confiança de cada americano, passando pelas necessidades de liderar uma mudança de comportamento do país frente a todos outros países e de colocar um ponto final em duas guerras travadas longe de casa. Sem contar a incumbência de mediar a paz na Faixa de Gaza. Tudo isso sem se esquecer da árdua tarefa de salvar o capitalismo. Como é possível perceber, caberá ao presidente americano o desafio de consertar o mundo.
Em âmbito doméstico, há um sistema de saúde que custa muito e cura pouco; a educação que fracassa em gerar oportunidades para as crianças; o vício em petróleo e um sistema previdenciário em crise.
Para salvar a economia, Obama já anunciou um audacioso plano de U$775 bilhões que tem como destaque um corte significativo nos tributos da classe média, diferente de George W. Bush, que tinha por hábito cortar os impostos dos mais ricos e das grandes corporações. O plano tem também como destaque vultosos investimentos por parte do setor público. Tudo isso inspirado no modelo do ex-presidente Franklin Roosevelt e do economista John Mayard Keynes, responsáveis por tirar os EUA da grande crise econômica que começou em 1929.
Outra medida já anunciada é o imediato fechamento da prisão de Guantánamo, lugar que se transformou em símbolo da política antiterror de Bush. O local ganhou notoriedade pelas torturas a seus prisioneiros e deteriorou – e muito – a imagem dos EUA.
Lideranças como Obama surgem em momentos de intensas dificuldades e têm a capacidade de transformar crises e adversidades em grandes oportunidades. Pra isso, ele precisará seguir por novos caminhos, usar e abusar de inovações, adotar estratégias inéditas e, principalmente, contar com espírito de cooperação.
O novo presidente americano representa a coragem de desafiar o pensamento convencional e a mesmice que prevalece na política mundial e colocar em prática ações que possam reinventar as práticas políticas, a economia e redefinir todo o futuro.
Thiago Peixoto é economista e deputado estadual (PMDB)