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Em blog, Thiago condena descaso do Centro Cultural Oscar Niemeyer
Em seu novo blog (www.thiagopeixotopmdb.blogspot.com), o peemedebista fala a respeito das contradições sobre a obra do Centro Cultural Oscar Niemeyer. Com uma crítica embasada em dados, o deputado aponta as falhas do projeto deste que é comumente chamado de “elefante branco” de Goiânia. Confira, abaixo, texto na íntegra.
As contradições sobre o Centro Cultural Oscar Niemeyer
Tudo bem. Pode ser mais cômodo para um deputado de oposição apontar o culpado A, o culpado B, ou qualquer outro responsável por algum tipo de prejuízo ao Estado – e aqui estamos falando de prejuízos que afetam tanto os cofres públicos como a população goiana.
Sei que o que de fato interessa é a solução do problema (e que problema!). Mas convenhamos: a atual situação do Centro Cultural Oscar Niemeyer é tão surreal, tão descabida, que, francamente, não há como não mencionar certas responsabilidades neste caso.
O caos no CCON foi retratado no caderno Magazine de O Popular do último sábado (07/02), em matéria assinada por Edson Wander.
Vamos tentar seguir uma ordem cronológica pra que vocês, leitores-internautas, entendam a gravidade do caso.
A gestão anterior resolve criar um centro cultural. Palmas. Muito bem. Prevê um projeto de R$ 12 milhões. O valor salta para R$ 25 milhões, ultrapassa R$ 38 milhões e chega a R$ 65 milhões.
Primeiro: quem não está curioso para ver o projeto inicial e compará-lo com a obra atual para tentar – repetindo: tentar – identificar onde foram parar R$ 53 milhões?
Continuando: a obra é prevista para ser entregue em 24 meses. Foi "entregue" em 12.
Segundo: Mas quanta agilidade dos operários! Surpreendente! É uma pena que atualmente a gente não vê tanta disposição assim pra reformar escolas, arrumar as estradas ou construir os tais hospitais públicos no interior...
Terceiro: Será que seremos por demais ousados ao concluir que a obra "precisaria ser entregue" até o dia 31 de março para que o ex-governador pudesse "inaugurá-la" no último dia do seu mandato?
Quarto: Como explicar o fato de que o ex-governador e hoje senador esteve no gabinete do atual secretário da Fazenda pedindo para que houvesse investimentos na conclusão do CCON? Mas ele não havia sido "inaugurado"? Como se "inaugura" algo que não foi terminado?
TCE passa a investigar a obra. Sugere (por que os conselheiros usam tanto eufemismo como o verbo "sugerir"?) uma série de medidas ao atual governo. Segue a lista na íntegra, extraída da matéria de O Popular: "Correção de defeitos construtivos de acabamento, como piso em granitina, vidro temperado, pintura, corrimão, guarda-corpo, infiltrações de água pela rampa, muro de arrimos, lajes, entre outros".
A empresa contratada diz que não pode falar a respeito por "determinação do contrato".
Quarto: Que tipo de contrato é firmado entre a iniciativa privada e o poder público – a ser pago com DINHEIRO DOS GOIANOS – que impede a empresa em questão de falar do assunto? O silêncio não dá margem para interpretações e especulações ruins para a própria empresa? A transparência não deve prevalecer neste tipo de relação entre público e privado?
Também é preciso constar a opinião enfática do sobrinho do arquiteto Oscar Niemeyer (que até hoje não recebeu seus devidos honorários): "A obra foi mal executada, feita a toque de caixa com pressa de inaugurar". E mais: "Propusemos um contrato de acompanhamento e fiscalização da execução do projeto, mas o governo não quis. Estive aí poucas vezes para conferir o andamento até onde nos cabia e o que vi foi uma coisa mal feita".
Conclusões:
- Este governo peca pela falta de planejamento. Não estabelece prioridades. Investimentos em Cultura, certamente, não é uma delas. Se quisesse, já teria se organizado neste sentido.
- Setores deste mesmo governo avaliam que é melhor não concluir o CCON. Motivo? Mera picuinha política. Pra quê finalizar algo cujo crédito ficará para o adversário tucano deles?
- Este episódio só reforça algo que já disse outras vezes: auxiliares do governo não se entendem e batem cabeça a torto e a direito (falta de alguém que os lidere de fato?): Agetop diz que vai concluir, Sefaz diz que não há previsão. E por aí vai...
- A principal conclusão: perde o povo goiano que não aproveita o espaço e vê o dinheiro público desperdiçado daquela maneira.