Tensão e gritos. O cenário de guerra estava armado. A imensa quantidade de pessoas no corredor que separa o plenário do auditório Solón Amaral anunciava o que estava por vir. Todos devidamente posicionados para saudar os deputados que passariam por ali. Vaias aos contrários à anistia aos ex-servidores da Caixego; aplausos aos favoráveis. Minutos depois todos já estavam na galeria. No plenário, o deputado Thiago Peixoto (PMDB) já havia registrado presença e aguardava o pequeno expediente para reiterar seu apoio aos ex-servidores.

O peemedebista frustrou-se: os ânimos ficaram exaltados na galeria, seguranças da Casa foram chamados e a sessão foi encerrada 20 minutos após ser aberta. O presidente Helder Valin (PSDB) convocou outra para esta sexta-feira, 27, às 9 horas. Os ex-servidores garantem que vão comparecer a fim de pressionar os parlamentares. Missão difícil. Assim que iniciada a votação, os votos da maioria governista vão dar o assunto por encerrado em pouco tempo. 

O que não significa que a oposição vai entregar os pontos. A julgar pelas declarações de Thiago Peixoto durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da última quarta-feira. Do peemedebista para o presidente da CCJ, Fábio Sousa (PSDB): “Sua decisão em patrocinar esta votação com a Casa vazia foi péssima para sua imagem e história política”. Thiago prosseguiu: “O senhor está cedendo às pressões do governo e do poder e não às pressões da sociedade. Não há clima nem condições legais para deliberar sobre essa matéria.”

Nesta quinta-feira o deputado do PMDB reafirmou que esta votação, em plenário, permitirá identificar os parlamentares “que estão ao lado do povo” e os que “atendem somente os interesses do governo”.