Notícias dos Gabinetes
Política e Educação em pauta: Thiago é entrevistado na Faculdade Araguaia
Educação, Infraestrutura e Sustabilidade. Essa é a agenda que o deputado Thiago Peixoto defende para o seu partido, o PMDB. Sabatinado pelos alunos do 2º período do curso de Jornalismo da Faculdade Araguaia, o parlamentar respondeu os questionamentos dos estudantes sobre Política e Educação. Confira:
Política
O senhor é um dos únicos deputados que faz oposição de forma consistente na Assembleia desde o início de seu mandato, o que traz coerência ao seu discurso. No entanto, o senhor acabou em vários momentos ficando isolado no cenário político goiano. O que o levou a se manter firme no seu trabalho como político de oposição?
Thiago Peixoto - Ninguém tem dúvidas de que o governo Alcides é ruim. É o que ouço nas ruas por onde quer que ande em Goiás. O meu partido saiu das últimas eleições como oposição. É pra isso que eu fui eleito e é por isso que eu acredito que o PMDB deve ser uma alternativa para a solução dos problemas do nosso Estado. Goiás precisa de renovação dos seus agentes políticos, precisa de mudança. E grandes mudanças só são possíveis por meio das eleições.
O senhor fala que o PMDB deve ser alternativa. No entanto, já declarou aos jornais que defende o nome de Íris Rezende como o candidato de seu partido ao governo de Goiás nas eleições do ano que vem. Como o senhor explica isso?
Thiago - A experiência do prefeito de Goiânia Íris Rezende dá credenciais mais do que suficientes para que ele seja o candidato natural do nosso partido. Íris hoje é, inclusive, maior que o PMDB e têm um histórico de realizações por Goiás durante sua vida pública. A administração dele à frente da nossa capital é a prova disso. É inegável que Goiânia vive hoje um dos melhores momentos de sua história que só foi possível com uma gestão de atitude e responsável, que dá aos goianienses qualidade de vida.
Então candidato o PMDB já tem. Mas e propostas?
Thiago – Calma. Eu não disse que o Íris já é o candidato, mas o candidato natural do partido. Ano eleitoral é 2010 é em 2010 que o nome deve ser definido. Enquanto isso, já discutimos sim propostas. Já defendi que Goiás merece uma reforma educacional baseada na melhoria da infraestrutura das escolas e em um novo programa de logística. Além disso, podemos nos espelhar em como a prefeitura de Goiânia lida com o meio ambiente e propor a expansão dos parques de Goiânia e da coleta seletiva que já é feita na capital para o interior. Por isso, pra mim a agenda peemedebista deve se basear no seguinte tripé: Educação, Infraestrutura e Sustentabilidade. É isso o que contribuirá para que tenhamos um futuro promissor em Goiás.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a origem do endividamento da Celg até hoje não chegou a nenhum resultado em um momento que a Assembleia é acusada pela imprensa de improdutividade. Qual o motivo o senhor acredita que levou a esse travamento da discussão na CPI da Celg?
Thiago – O que ocorre na CPI da Celg hoje é uma luta de versões. Os dois lados (PMDB E PSDB) apresentam seus pontos de vistas e não permite um olhar isento sobre o que ocorreu na empresa. O problema da CPI está no foco preso aos culpados do passado e indiferente à discussão de medidas para salvar a empresa. O governo de Goiás pode e deve apontar os caminhos para recuperar a estatal, mas a Assembleia também poderia ajudar a encontrar a saída para todos os problemas enfrentados atualmente pela companhia. Na situação que está, a Celg coloca em xeque o desenvolvimento do Estado.
Educação
Qual a avaliação que o senhor faz sobre a Educação em Goiás?
Thiago - Que a Educação em Goiás vai de mal a pior não é novidade pra ninguém. Se formos fazer uma enquete informal só vamos encontrar pessoas insatisfeitas. Professores estão insatisfeitos com o salário, não ganham sequer o Piso Nacional em Goiás. Alunos estão desestimulados com a falta de incentivo dentro das escolas. Pais de alunos estão insatisfeitos com o baixo aprendizado de seus filhos. Até os empregadores estão insatisfeitos com a falta de mão de obra qualificada. É isso o que vejo e ouço hoje em nosso Estado.
Mas o que o senhor acha que pode ser feito pra reverter essa situação?
Thiago - Nossas escolas estão sucateadas. É fato. E isso se dá pela falta de uma gestão profissional. Precisamos urgentemente democratizar a Educação. Mas isso só será possível quando o governo ter a Educação como prioridade. Mas, para que essa área seja a bandeira principal de uma administração deve haver demanda. O que eu quero dizer? Sem cobrança, não vai haver solução. Em um ambiente acadêmico, é consenso que Educação é fundamental. No entanto, essa não é a opinião de toda a sociedade. É por isso que eu defendo que é dever da população cobrar por uma Educação de qualidade.
Então o senhor também culpa a população pela má qualidade do ensino em Goiás?
Thiago - De forma alguma. O que eu acredito é que quando o cidadão passa a cobrar dos políticos, eles passam a agir com seriedade. E essa cobrança pode ser de qualquer coisa: Educação de qualidade ou coerência dos políticos. Educação deve ser a prioridade e hoje não é. Recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que Educação é apenas a sexta prioridade dos brasileiros. Se não é prioridade do cidadão, não será de um governante.
Seu curso superior o senhor fez na PUC-SP. O senhor vê alguma diferença entre a educação superior paulista e goiana?
Thiago - A diferença entre a Educação superior em Goiás e São Paulo é o ambiente acadêmico. Em São Paulo, por exemplo, tive o privilégio de ter aulas com o hoje ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em São Paulo, os estudantes têm ao seu alcance estágios em grandes empresas multinacionais. Mas em questão de conteúdo, não ficamos devendo nada pra ninguém.
O senhor também fez sua pós-graduação na Califórnia, nos Estados Unidos. Qual a principal diferença que o senhor pode apontar entre a Educação brasileira e norte-americana?
Thiago - Nos Estados Unidos, se tem uma visão muito mais pragmática e planejada da Educação. Eles incorporam elementos da administração e gestão nas escolas e cobram resultado delas. Fora isso, o investimento nesse setor é muito maior por lá.
Por ter essa formação superior de qualidade, o senhor concorda com a obrigatoriedade de diploma para os políticos?
Thiago – Bem, eu poderia aqui falar em causa própria e falar que os políticos deveriam ser sim obrigados a ter diploma. No entanto, tenho minhas dúvidas se essa obrigatoriedade é democrática. Vivemos em um país desigual e com essa atitude apenas uma minoria da população estaria apta para governar nossa nação. Mas ta aí. Confesso que ainda não tenho uma opinião formada sobre esse assunto. Preciso refletir mais sobre isso.