O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou no ano passado que Goiás está entre os 10 estados mais perigosos para os negros, ocupando a sexta colocação no ranking. O estudo revelou que o preconceito de cor é tão sério que reduziu a expectativa de vida do brasileiro negro, já que a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco.

Sensível às lutas do movimento negro em Goiás, a deputada  Delegada Adriana Accorsi trabalha para garantir mais segurança à população negra goiana. Mas não para por aí. A ideia é promover ações e propostas de lei que alcancem outros aspectos, como educação, saúde, trabalho, lazer, dentre outros.

Bem no começo do seu mandato, a Delegada Adriana Accorsi se deparou com denúncias de violência e exploração sexual de crianças e adolescentes da comunidade quilombola Kalunga, no município de Cavalcante, em Goiás. Como presidente da Comissão de Segurança Pública, Adriana Accorsi participou das diligências realizadas, no dia 20 de abril, feitas pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara Federal. No próprio carro, Adriana chegou cedo à cidade e, antes da audiência pública, visitou o conselho tutelar e a delegacia para conversar pessoalmente com os conselheiros e o delegado. De lá pra cá, a deputada têm atuado com pulso forte nas investigações de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), iniciadas no dia 27 de maio, no que se refere ao caso. As ações de combate à violência contra crianças e adolescentes foi estendida para todo o Estado.

Na área da Educação, com a intenção de ajudar os estudantes quilombolas da comunidade Kalunga “Vão das Almas”, Adriana Accorsi pediu, no dia 17, o envio de uma canoa para facilitar a locomoção até as escolas para o ministro da Educação Renato Janine Ribeiro.

Para ampliar a comunicação e proximidade com os cidadãos, Adriana vem promovendo várias audiências durante o ano de 2015. A ideia é conhecer de perto quem representa e quais são as principais demandas de cada bairro da capital e município do Estado.  No dia 16, o tema Intolerância Religiosa foi amplamente discutido com membros de várias religiões, dentre elas a Umbanda e o Candomblé, que atualmente são as que mais sofrem em Goiás, de acordo com os registros de atos de violência contra seus praticantes. O evento teve a participação da deputada federal Érika Kokay. As demandas foram anotadas pela própria Adriana Accorsi, que se comprometeu a dar os andamentos possíveis frente aos casos apresentados pelos participantes.

Na área da saúde, Adriana Accorsi apresentou dois projetos de lei, no dia 17/6, acerca da hemoglobinopatia “S” ou doença falciforme, que atinge principalmente as pessoas da raça negra. No primeiro, Adriana propõe a instituição do programa de assistência integral às pessoas portadora da doença no Estado e autoriza o Poder Executivo a criá-lo. Já o segundo projeto é voltado para a realização anual da Semana Estadual de Conscientização da doença no período de 17 a 23 de junho durante todos os anos.

De acordo com a deputada, a doença é grave e pouco conhecida, tanto que, se não for diagnosticada e tratada rapidamente, pode ocasionar a morte do indivíduo. “Nos portadores da doença falciforme, as hemácias, em vez de redondas, tomam a forma de meia lua ou foice. Essas células têm dificuldade de passar pelas veias que levam o sangue para os órgãos, causando entupimento e muitas dores”, frisa.

No âmbito da cultura, a deputada apresentou projeto de lei, no dia 7/10, que declara a utilidade pública da Associação Congo Beira Mar de Itumbiara, uma entidade privada, sem fins lucrativos, que visa a proliferação da cultura e da arte, diretamente relacionada às tradições afrodescendentes. A Associação é legalmente constituída, por meio de Assembleia Geral, devidamente formalizada em ata. A associação tem como objetivos: promover cultos e crenças de origem afrodescendentes, devoção a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário; solidificar os traços de união às tradições e cultura afro-brasileira; estimular confraternizações e encontros anuais com grupos de congados e moçambique da cidade e outras cidades e Estados vizinhos. A declaração de utilidade pública pelo Estado de Goiás é condição para uma boa relação da Associação com os órgãos e entidades públicas, para que, aufira apoio e incentivos, condicionantes de uma eficaz e produtiva ação visando cumprir seus objetivos e finalidades estatutários.

Semana da Consciência Negra

O dia 20 de novembro representa o dia da consciência negra, mas as comemorações começaram no dia 16 com audiência sobre intolerância religiosa, realizada na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás.  No dia 17, a abertura da Feira Preta trouxe para o hall do Poder Legislativo a cultura negra em atividades culturais, vestuário, obras de arte, dentre outras.

No dia 18, a Marcha Nacional das Mulheres Negras teve como mote neste ano a oposição ao racismo e a violência e a luta pelo bem viver, e mobiliza toda a cidade de Brasília para a questão da valorização do protagonismo das mulheres negras brasileiras. A ação ainda pretende debater  gênero e recrudescimento do racismo no país. Já em Goiânia, será a vez dos capoeiristas demonstrarem suas habilidades na Assembleia Legislativa.