Outubro Rosa: se cuide, mulher!
O mês de outubro chegou e com alerta importante: se cuide, mulher! O lembrete foi compartilhado nas redes sociais da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e faz parte das ações do Outubro Rosa, mês de prevenção ao câncer de mama. A postagem traz também informações sobre a quantidade de casos da doença e a importância do diagnóstico precoce.
Em 2020 a campanha, apesar de restrita as plataformas digitais, ganha força por causa do aumento de casos e mortes pela neoplasia. E uma das medidas, para não fazer parte dessa triste estimativa, é se cuidar. Por isso, como diz a publicação: “Mostre o seu amor por você, faça o autoexame e procure o seu médico”.
Importância do diagnóstico precoce
O câncer de mama é o mais comum entre as brasileiras, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença pode acometer, até 2022, quase 200 mil mulheres. Dessas, 11.280 moram na região Centro-oeste e cerca de 5 mil são goianas. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Goiás, Frank Braga, a descoberta tardia do câncer de mama segue como principal desafio no tratamento da doença. “Quanto maior o tumor, menor as chances de cura da paciente. Além disso, o tumor grande vai proporcionar um tratamento mais demorado, com quimioterapias mais agressivas, sem contar que aumenta a possibilidade de cirurgias radicais como mastectomia”, enfatiza.
O médico também reforça que a descoberta tardia da doença está relacionada a dificuldade de as mulheres terem acesso a mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A nossa cobertura mamográfica em Goiás é extremante baixa. Se a gente pegar as mulheres elegíveis para fazer o exame no estado, apenas 12% fizeram mamografia. Com essa baixa cobertura fica fácil de entender porque acontece o diagnóstico tardio”, afirma.
Um estudo também feito pelo Observatório de Oncologia, que analisou o panorama de atendimento das mulheres com câncer de mama, no âmbito do SUS, entre 2015 e 2019, também aponta que em Goiás 49% dos diagnósticos foram feitos tardiamente e que as mulheres demoraram mais de três meses para iniciarem o tratamento. Ainda segundo o levantamento, o principal problema não está no intervalo entre a primeira consulta com o médico especialista e o diagnóstico do câncer de mama, mas sim no tempo gasto até que a paciente seja encaminhada para a rede especializada.
Tratamentos e a pandemia da covid-19
Em 2020, outra situação tem preocupado os médicos também, a continuidade dos tratamentos contra câncer durante a pandemia do novo coronavírus. Levantamento feito pelo Instituto Oncoguia, organização de apoio a pessoas com câncer, mostra relatos de procedimentos adiados ou cancelados, alguns até mesmo sem previsão de retorno.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia houve ainda uma redução de 70% no número de cirurgias realizadas este ano. “Com pandemia ou sem pandemia, o câncer vai acontecer, mas a gente tem operado e feito menos diagnóstico. Portanto, o impacto será grande já que os casos de câncer de mama serão descobertos em estágios mais avançados diminuindo as chances de cura”, pontua.
Frank Braga faz outro alerta: “As mulheres que estão em tratamento oncológico não devem parar, aquelas que estão investigando as lesões suspeitas também devem concluir a investigação para fazer o diagnóstico do câncer em estágio inicial”, ressalta.
O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Goiás reforça que mudanças de hábitos são muito importantes para evitar o surgimento do câncer de mama. “Atividade física e dieta equilibrada tem impacto no diagnóstico do câncer de mama, na diminuição da incidência. Por isso, quanto antes adotar esses hábitos, melhor. Além disso, vá ao mastologista, faça os exames, nas mulheres assintomáticas, a mamografia deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos de idade”, finaliza.