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Lissauer decreta luto oficial e lamenta falecimento de Maguito Vilela

13 de Janeiro de 2021 às 10:03
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Lissauer decreta luto oficial e lamenta falecimento de Maguito Vilela
Maguito Vilela visita presidente Lissauer Vieira durante sua campanha à Prefeitura de Goiânia.
A Assembleia Legislativa, através de seu presidente, deputado Lissauer Vieira (PSB), decretou luto oficial de três dias no Poder Legislativo em virtude do falecimento do prefeito licenciado de Goiânia, Maguito Vilela. O presidente do Legislativo goiano lamentou a morte de Maguito Vilela, vítima da covid-19, após quase três meses de internação em hospital de São Paulo. Vários parlamentares estaduais manifestaram pesar pelo seu falecimento.

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB), decretou luto oficial de três dias no Poder Legislativo em virtude do falecimento do prefeito licenciado de Goiânia, Maguito Vilela, ocorrido na madrugada desta quarta-feira, 13. O político, que iria completar 72 anos em 24 de janeiro, morreu às 4h10 desta quarta-feira, 13, na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado há quase três meses. O sepultamento acontecerá em Jataí, sua terra natal.

Em suas redes sociais, Lissauer logo cedo comentou a morte e manifestou solidariedade aos familiares e amigos. “Infelizmente ele não conseguiu se livrar de uma infecção pulmonar e veio a óbito nessa madrugada. Nossos profundos sentimentos de pesares à família e aos amigos. Que Deus possa confortar a todos nesse momento de dor”, publicou. 

Pelo Twitter, o presidente do Legislativo divulgou uma foto de 7 de outubro de 2020, quando Maguito, em campanha pela Prefeitura de Goiânia, visitou Lissauer na presidência da Alego. “Sempre cortês, Maguito era referência na política goiana, um líder de sucesso e grande batalhador pela vida”, afirmou.

Trajetória

Natural de Jataí, onde será sepultado, Maguito era advogado, professor e ocupou vários cargos na política goiana. Iniciou sua trajetória na vida pública sendo vereador na sua cidade natal, também foi deputado estadual, passando pela Alego em 1982; deputado federal constituinte em 1986; vice-governador em 1990; governador em 1994 e senador em 1998. Em 2004 venceu a eleição para a Prefeitura de Aparecida de Goiânia e reeleito em 2008. No ano passado, após o então prefeito de Goiânia, Iris Rezende, decidir não disputar a reeleição, Maguito foi escolhido candidato pelo MDB e eleito no segundo turno da eleição, em 29 de novembro, com 52,60% dos votos válidos. 

Maguito foi um dos políticos mais queridos dos goianos. Ele deixa a esposa, Flávia, e quatro filhos, entre eles o presidente estadual do MDB e ex-deputado federal, Daniel Vilela. 

Daniel Vilela publicou, nas redes sociais, uma nota de pesar onde afirma que o pai foi sua maior referência e que perdeu o melhor amigo. “Durante muitos dias queria fixar meu olhar nessa foto que a Flávia me enviou, mas não conseguia porque ela me trazia o sentimento que ele estava partindo, com a roupa que ele mais gostava e no local que ele mais amava: a fazenda em Jataí. E hoje, infelizmente, o meu melhor amigo partiu. O meu impecável pai, Maguito, o maior exemplo e minha maior referência. Não consigo não ser egoísta nesse momento. Queria ele ainda por muitos anos com a gente... Nessas horas ficamos pensando se poderia ter sido diferente, mas o que dizem - e eu concordo - é que para Deus tudo tem a sua hora, e a dele foi agora e da forma que precisava ser, ao lado dos seus filhos, e dizendo até breve. Descanse em paz! Obrigado, Deus, por me permitir amar e ser amado tanto pelo meu Pai!”, afirma o ex-deputado.

Líder do Governo na Alego, o deputado Bruno Peixoto (MDB) afirma, em nota publicada nas redes sociais, que Maguito deixa um legado incontestável na política goiana. “Sempre foi um homem forte, guerreiro e lutou incansavelmente pela vida. Hoje, sem dúvidas, tivemos uma grande perda!”.

O deputado Talles Barreto (PSDB), de partido adversário, lamenta o falecimento do prefeito de Goiânia. “Homem íntegro, um dos grandes nomes da política goiana, que contribuiu muito com nosso estado e que lutou bravamente contra a covid-19 e suas complicações. Rogamos a Deus que conforte seus familiares, em especial o amigo e irmão Daniel Vilela, amigos e goianienses diante dessa perda. Descanse em paz!”, ressaltou o parlamentar.

O deputado Delegado Eduardo Prado publicou uma nota de pesar endereçada a Daniel Vilela. “Meus sentimentos @danielvilela15. Deus confortará o teu coração. Há dois anos, meu pai se foi de forma inesperada. Sei o que passa em teu coração. Nosso amigo Maguito nos deixa legado de sucesso e perseverança. Está ao lado de Deus. Tu honrarás o legado deixado por ele. Em oração por todos vocês”, disse.

Gustavo Mendanha (MDB), prefeito reeleito de Aparecida de Goiânia com um dos maiores percentuais de votos do País, decretou luto oficial de três dias em Aparecida e afirma que a administração do seu padrinho político no município foi um marco na história da cidade.

“É com profunda tristeza no coração e na alma que recebo a notícia do falecimento do ex-governador e ex-prefeito de Aparecida, Maguito Vilela, meu pai político e conselheiro. Os mandatos de Maguito à frente da Prefeitura de Aparecida representam um marco na história dessa jovem cidade. Existe uma Aparecida antes e outra depois de Maguito”, disse.

Início

Luís Alberto Maguito Vilela nasceu em Jataí, em 1949, filho de Joaquim Morais Vilela e de Nazime Martins Vilela. Formou-se em direito na Faculdade de Direito de Anápolis em 1974.

Em 1976, elegeu-se vereador em Jataí pela Arena, legenda que apoiou o regime militar instalado no País em 1964. Maguito cumpriu um mandato de seis anos, quando ocupou a presidência da Câmara Municipal.

Em 1979, transferiu-se para o PMDB, partido de oposição aos militares. Em 1982, elegeu-se deputado estadual de Goiás pelo PMDB para a 10ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, quando foi líder do Governo no Parlamento.

Na Constituinte, votou a favor de propostas como a limitação do direito de propriedade privada, o mandado de segurança coletivo, a proteção ao emprego contra as demissões sem justa causa, o voto aos 16 anos, a nacionalização do subsolo e a criação de um fundo de apoio à reforma agrária.

Em outubro de 1990, elegeu-se vice-governador de Iris Rezende Machado. Em 1994, com o apoio de Iris, Maguito, foi eleito governador pelo PMDB.

Em 2002, foi candidato a governador do Estado de Goiás pelo PMDB, quando foi derrotado por Marconi Perillo (PSDB). Novamente candidato em 2006, foi derrotado por Alcides Rodrigues (PP).

No Senado Federal, de 1999 a 2007, Maguito Vilela teve atuação destacada em importantes comissões da Casa Legislativa, como na Comissão de Constituição e Justiça e na Comissão de Assuntos Sociais, onde levou a sua experiência como o governador que implantou o maior programa social do País até então.

No ano de 2007, Maguito ocupou a vice-presidência do Banco do Brasil, nomeado pelo ministro da Fazenda Guido Mantega.

Seu último cargo público foi a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, onde foi eleito em 2008, com 81,11% dos votos, tendo sido reeleito no pleito seguinte.

Maguito também foi dirigente do Goiás Esporte Clube, da Jataiense e do Aparecidense, além de vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol.


Fim da aposentadoria de deputados

Como deputado estadual, Maguito Vilela foi autor de projetos relevantes para os goianos, como a apresentação, pela primeira vez, em 1986, de proposta de extinção do Fundo de Aposentadoria dos Deputados Estaduais de Goiás (Fepago), criado pela Lei nº 8.328, de 7/11/1977, durante o Governo de Irapuan Costa Júnior. O fundo foi extinto, em 1988, durante o Governo de Henrique Santillo.

Depois de eleito para a Câmara Federal, Maguito levou a proposta também para o Congresso Nacional, propondo o fim das aposentadorias dos deputados e senadores. O projeto não foi aprovado, mas ele recorreu à justiça para proibir que fosse aposentado em ambas as Casas Legislativas. O resultado é que se tornou o único ex-deputado e ex-senador que não contava com aposentadoria política, recebendo apenas o que tinha direito como contribuinte do INSS.

Durante pronunciamento no Senado, em março de 1999, Maguito abordou o tema. “Não sou homem de meias palavras. Lutei sempre e bravamente pela moralização na vida pública. Quando deputado estadual, fui uma voz inclemente contra a malfadada aposentadoria especial de que gozavam os representantes do povo goiano, até que foi, definitivamente, expurgada do Legislativo do meu estado”, enfatizou.

Como congressista, ele apresentou também projeto que reduzia o mandato dos senadores de oito para quatro anos, assim como acontece com vereadores e deputados, já que não via justificativa para essa diferença.

O apelido Maguito é uma herança dos tempos que se dedicou ao futebol em Jatai. Conhecido por seu porte magro, o “magrim” foi se transformando em Maguito.  O novo nome foi incluído em seus documentos já para a primeira eleição como vereador.

A eleição para senador aconteceu após o fim do mandato de governador, em abril de 1998, ocupando a cadeira no Congresso até 2007.

No ano passado, foi eleito prefeito de Goiânia, mesmo estando internado para se tratar da dos problemas causados pela covid-19. Sua posse ocorreu de forma remota dentro da UTI do Hospital Albert Einstein.

Como governador, implantou projetos como o Programa de Apoio às Famílias Carentes, que promovia a distribuição de cestas básicas. Também enfrentou uma disputa judicial por recusar-se a pagar os vencimentos atrasados das pensões vitalícias de ex-governadores de Goiás, considerando-as regalias imorais e injustas.

Agência Assembleia de Notícias
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