Academia Goiana de Letras

Poucas pessoas têm o nome relacionado à criação de tantas instituições em Goiás como Colemar Natal e Silva. Por esse motivo ele dá nome à Academia Goiana de Letras e a outros tantos estabelecimentos e logradouros, como o campus I da Universidade Federal de Goiás, no Setor Universitário. E é ele o personagem da semana da série Por Trás do Nome, divulgada pelas redes sociais da Assembleia Legislativa.
Falar de Colemar Natal e Silva é falar da história de Goiás, num momento de grandes transformações, com a transferência da capital da cidade de Goiás para Goiânia, inclusive com interferência na escolha do local que iria abrigar a nova sede do poder administrativo.
Ele iniciou sua carreira como professor das disciplinas de História, Sociologia e Português, a convite do Interventor Pedro Ludovico Teixeira, ao retornar à cidade de Goiás, logo após se formar na renomada Faculdade do Brasil, na então capital da República, Rio de Janeiro. Mas logo começou a assumir outros cargos de maior importância, como a Secretaria de Interior e Justiça, e se tornou homem de confiança de Pedro Ludovico. Com a decisão da mudança da capital, Colemar Natal e Silva, foi um dos convocados a integrar a comissão que tinha a incumbência de escolher o local onde seria erguida a nova cidade, sonho de muitos goianos.
Mas antes mesmo do início da construção da futura capital, Natal e Silva começou sua trajetória de liderança na organização de instituições que contribuíram, fundamentalmente, para a consolidação de Goiânia, como uma cidade moderna, promotora da educação, das artes e da cultura, assim como queria Pedro Ludovico. Em 1932, ajudou a articular, junto a outros intelectuais, a criação do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, se tornando também seu vice-presidente. Tempos depois, quando da instalação do IHGG, já em Goiânia, tomou a frente da instituição, sendo seu presidente por quase 40 anos.
Ao final da década, em 1939, também foi o fundador da Academia Goiana de Letras, instituição responsável por zelar e difundir a literatura brasileira, especialmente a produzida no estado. A importância dele para a academia foi tanta que a casa onde ele morou com a família, na esquina das ruas 20 e 15, no setor Central, em Goiânia, se tornou a sede da AGL.
Anos mais tarde, o advogado foi, ainda, um dos articuladores da instituição que seria talvez o seu maior legado para os goianos. Colemar Natal e Silva era diretor da Faculdade de Direito de Goiânia e, convencido de que Goiás precisava de uma universidade federal, mais uma vez convocou intelectuais e organizou uma mobilização em torno da proposta. Em dezembro de 1960, ele viu sua reivindicação ser atendida pelo então presidente Juscelino Kubitschek. A Universidade Federal de Goiás se tornou uma realidade e Colemar Natal e Silva, seu primeiro reitor, exerceu o cargo entre 1961 e 1964.
Assim como a trajetória de Colemar Natal e Silva, outros vultos goianos que dão nome a estabelecimentos, ruas, avenidas, praças, são destacados semanalmente na série "Por Trás do Nome". As postagens são sempre às quintas-feiras nas redes sociais da Alego.