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Dia de defender as florestas

16 de Julho de 2021 às 09:30
Crédito: Seção de Publicidade
Dia de defender as florestas
Dia nacional de proteção das florestas
Dia de Proteção às Florestas, celebrado no dia 17 de julho, pede reflexão sobre os impactos do desmatamento e reforça a necessidade de ações voltadas para a preservação. Projetos sobre o tema tramitam na Alego.

Não é novidade para ninguém que as florestas têm sido ameaçadas em todo o mundo pela degradação incontrolada. Isto acontece por terem desviado seu uso para necessidades crescentes do próprio homem e pela falta de um gerenciamento ambiental adequado. O engenheiro agrônomo e professor doutor Antonio Pasqualetto explica que os impactos do desmatamento da Amazônia e do Cerrado podem ser percebidos com a redução do número de dias chuvosos e da precipitação média anual.

Segundo ele, essa situação traz várias consequências, como o aumento dos riscos da produção agrícola, custos, previsibilidade e produtividade; dificuldades de dessedentação animal; alterações na ocorrência de chuvas, duração, intensidade alterações de temperatura, com maior amplitude térmica. “Além disso, os impactos também podem ser notados com o racionamento no abastecimento público de água quando não há interrupção do fornecimento, o comprometimento da expansão e operação da atividade industrial e comercial. E, ainda, o aumento dos casos de problemas de saúde pública, alterações no ecossistema e nas cadeias alimentares, com consequente aumento de pandemias”, enfatiza.

Pasqualetto também pontua que a degradação provoca a redução da biodiversidade animal e vegetal, afetando, por exemplo, descobertas de novos medicamentos à humanidade. “Além do aumento dos custos de água e energia elétrica, com consequente aumento de poluição e encarecimento destes bens às famílias pela necessidade do uso de termoelétricas para complementação de energia”, esclarece.

Atuação parlamentar

As florestas são o ecossistema mais rico em espécies animais e vegetais. A sua destruição causa erosão dos solos, degradação das áreas de bacias hidrográficas, perdas na vida animal e perda de biodiversidade. Cuidar das florestas é papel de todos, do poder público e da população em geral. Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) tramitam dois projetos de lei que preveem a preservação das florestas.  Entre eles, a propositura nº 3049/20, de autoria do deputado Rafael Gouveia (Progressistas), que institui diretrizes para um plano de desenvolvimento de florestas plantadas em Goiás.

O parlamentar observa que Goiás é o sétimo estado com maior extensão territorial do Brasil, com localização geográfica privilegiada. Apesar disso, o estado também apresenta considerável percentual de áreas degradadas, potencialmente aptas à recuperação com espécies florestais e condições ambientais favoráveis aos cultivos de florestas, como solo fértil, topografia de baixa declividade e terras planas e clima com estações bem definidas. 

Rafael Gouveia frisa que o início dos plantios florestais em solo goiano se deu na década de 1980, para atender às demandas das unidades fabris ligadas ao agronegócio e no processo de calcinação do níquel. “Entretanto, a silvicultura nunca foi abordada e considerada como estratégica, embora os produtos florestais estejam presentes no dia a dia da população de forma direta ou indireta”, ressalta.

Gouveia contabiliza números para ilustrar sua argumentação: 85.152.174 m3 de madeira para atendimento das demandas de polpação de celulose e produção de papel; 48.498.596 m3 para geração de produtos serrados, painéis de madeira, madeiras tratadas, dentre outros; 53.297.902 m3 para uso como lenha para suprimento de demandas do agronegócio e de atividades de beneficiamento de minérios; 4.957.238 toneladas para produção de carvão vegetal, com finalidade de suprir demandas siderúrgicas no processo de produção de ferro-gusa e aço, além do uso doméstico; e 315.629 toneladas de látex coagulado para atendimento às demandas para geração de vários produtos à base de borracha natural. "E esses números só tendem a crescer”, afirma.

Segundo o deputado, a probabilidade do aumento da demanda brasileira por produtos de florestas plantadas está alicerçada não só pela necessidade de disponibilização de madeira e produtos não madeiráveis em quantidade e qualidade para atender as indústrias, mas também pela necessidade da diversificação da matriz energética, com crescente incentivo ao uso de fontes renováveis de energias e redução da dependência dos combustíveis fósseis.

“Diante dessa realidade micro e macroeconômica, o Plano de Desenvolvimento de Florestas Plantadas em Goiás vem lançar o marco inicial no estabelecimento de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de Goiás e de toda a cadeia produtiva, contemplando inclusive meios para atração de investimentos e melhoria do clima de negócios”, conclui o parlamentar. Aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Alego, com parecer favorável do deputado Virmondes Cruvinel (Cidadania), a proposição está na pauta prévia do Plenário, em fase de primeira discussão e votação.

Eco Cultura

De autoria do deputado Amauri Ribeiro (Patriota), também tramita na Alego o projeto de lei nº 4108/20, que propõe instituir o Dia da Eco Cultura, a ser comemorado no dia 21 de março, anualmente, em Goiás. “O projeto Eco Cultura é uma proposta que visa levar até às comunidades programas e ações em educação ambiental, cidadania e responsabilidade social, com intuito de conscientizar a população sobre sustentabilidade e melhorias socioambientais de forma participativa para o fomento de coletividades mais justas e harmoniosas com o meio ambiente”, destaca o parlamentar.

Amauri Ribeiro acredita que é preciso focar na educação como ferramenta transformadora, baseada na experiência compartilhada no meio social. "As mudanças almejadas para melhoria global devem começar com o envolvimento de agrupamentos sociais, construindo, então, responsabilidades partilhadas na busca do melhor para todos”, afirma. A matéria consta da pauta prévia do Plenário, em fase de primeira discussão e votação.

Preservar é papel de todos

Para o engenheiro agrônomo e professor doutor, Antonio Pasqualetto, inúmeras ações podem ser realizadas para preservação ambiental, como: a adesão aos compromissos internacionais; legislação nacional, estadual e municipal, órgãos de comando e controle relativos ao meio ambiente nas três esferas, estímulo aos princípios de “poluidor-pagador” e “preservador-recebedor”; restrições a produtos de origem de áreas de florestas desmatadas identificadas por rastreabilidade; pesquisas da biodiversidade e potencial de geração de receitas das florestas; integração lavoura, pecuária e floresta; conscientização da população, despertando para sensibilização por meio da educação ambiental e campanhas na rede formal e informal, dentre outras.

Pasqualetto afirma que a população também tem papel fundamental na conservação do ecossistema e tem o dever, enquanto cidadão, de fiscalizar e denunciar os crimes ambientais aos órgãos de meio ambiente, ao Ministério Público e às delegacias ambientais. “Além disso, cada um pode fazer sua parte, plantando árvores e cuidando das existentes. Pode também exigir dos candidatos, em diferentes níveis, planos de governo que possam ser registrados em cartório com compromissos na área ambiental e após eleito, fiscalizar. Deve ainda educar os filhos, concomitantemente com as escolas, na importância da preservação das florestas, pelos recursos naturais que são ofertados”, pontua.

O professor frisa, ainda, que na calçada de cada lote urbano deveria haver, no mínimo, uma árvore, pois, segundo ele, trata-se de direito difuso pelas vantagens que oferece à sociedade como oxigênio, sombra, equilíbrio térmico, alimento, despoluição do ar, saúde à população e refúgio à fauna, dentre outras vantagens. “Por isso, peça ao órgão ambiental para fazer o plantio, ou faça você mesmo”, esclarece. Ele finaliza com um recado: “Adote uma praça, se não puder adotar uma floresta, e a tenha como sua. Cuide dela e a preserve para as futuras gerações. Não espere que o poder público faça tudo! ”.

Agência Assembleia de Notícias
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