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Diário Oficial publica lei que reconhece a marmelada de Santa Luzia como patrimônio goiano

03 de Maio de 2022 às 17:05

O governador Ronaldo Caiado (UB) sancionou a Lei Estadual nº 21.278, de 5 de abril de 2022, publicada no Diário Oficial, que reconhece o doce marmelada de Santa Luzia como patrimônio cultural e imaterial goiano. A autoria da matéria é do deputado Coronel Adailton (PTRB). Segundo o parlamentar, o feito reforça a produção artesanal do doce como importante para fortalecimento da cultura goiana, além de ser um produto responsável pela geração de renda para famílias que tiram dela seu sustento. 

Conforme justificativa da lei, protocolada originalmente sob nº 4477/21, que foi aprovada em dois turnos por unanimidade na Alego, o doce é feito em tachos de cobre e embalado em caixas de madeira, também produzidas de forma artesanal pelos próprios produtores. Toda a produção da marmelada de Santa Luzia é artesanal. A embalagem é o segredo para aumentar a durabilidade do produto. A receita da marmelada e as plantações da matéria-prima passaram de geração a geração.

História
No século 18, várias vilas foram criadas no interior de Goiás para a mineração de ouro, entre elas o Arraial de Santa Luzia, atual Luziânia. Como confirmam as histórias transmitidas por antepassados da geração atual, com o declínio da atividade, o proprietário da fazenda Mesquita, situada na região, abandonou o local. E nas terras deixadas para escravas alforriadas nasceu o Povoado de Mesquita, situado a 50 km da Capital Federal. O povoado abriga atualmente mais de 700 famílias na área rural. 

Ali, essas mulheres formaram e criaram famílias, perpetuaram a cultura negra e passaram adiante suas tradições. As principais atividades desenvolvidas na região são a agricultura, a criação de gado e a produção de marmelada.

No Povoado de Mesquita, localizado no município de Cidade Ocidental (GO), área que já pertenceu ao município de Luziânia, é produzida a famosa marmelada de Santa Luzia, há mais de um século.

O doce, além de tradição, representa uma das principais fontes de renda para a região. Há mais de 20 anos, durante o mês de janeiro é celebrada a Festa do Marmelo, que atrai milhares de pessoas. A renda obtida com essa festa é destinada à construção do Santuário Nossa Senhora D'Abadia, no Povoado de Mesquisa. A iguaria também foi reconhecida pela Arca do Gosto, um catálogo mundial de produtos ameaçados de extinção. 

Agência Assembleia de Notícias
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