Frente Parlamentar do Terceiro Setor se reuniu com as comunidades terapêuticas de Goiás nesta quinta-feira, 23
Sob o comando do deputado Thiago Albernaz (MDB), a Frente Parlamentar do Terceiro Setor da Assembleia Legislativa de Goiás se reuniu, na tarde desta quinta-feira, 23, com representantes de comunidades terapêuticas que atuam no estado. Em encontro realizado no auditório 1 do Palácio Maguito Vilela, foram debatidos assuntos em favor da categoria, bem como a atuação das instituições de atendimento às pessoas dependentes de álcool e drogas.
Além de Albernaz, autor da iniciativa, fizeram a composição da mesa mediadora do debate o deputado Jeferson Rodrigues (Republicanos), membro do colegiado; Sonis Henrique, presidente da Associação Goiana das Comunidades Terapêuticas (AGCT), Arísio Ribeiro, presidente do Fórum Goiano do Terceiro Setor (FTS), Fátima Roriz, presidente da Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas (CONFENACT), e João Paulo Dantas, secretário geral da Federação das Organizações Não-Governamentais do Estado de Goiás (FOGO).
Propósito
Na abertura da cerimônia, Thiago Albernaz destacou a importância da realização do encontro para tratar de assuntos pertinentes ao setor, além de viabilizar melhorias aos trabalhos realizados por ele. O evento é uma resposta à matéria veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo, 19, a respeito de irregularidades praticadas por algumas comunidades terapêuticas no Brasil.
“Como parlamentares, não podemos permitir que isso seja ventilado como apenas uma verdade”, enfatizou o emedebista, com a afirmativa de ser necessária a promoção de diálogos para encaminhamentos voltados ao setor. “Existem, no Brasil, cerca de 4 a 5 mil comunidades terapêuticas e na reportagem foram retratadas apenas algumas. Precisamos mostrar à população que existe um excelente trabalho sendo feito pelas comunidades terapêuticas existentes em Goiás”, salientou.
De acordo com o presidente da Frente, “é preciso separar o joio do trigo”, uma vez que as comunidades são importantes instrumentos de ressocialização de dependentes. “Ao receber dependentes de álcool e drogas, em grande maioria, gratuitamente, as comunidades prestam um serviço a toda a sociedade”, ressalta Albernaz.
O parlamentar salienta, ainda, que ao dar instrumentos para que instituições responsáveis sejam reconhecidas, constrói-se uma barreira para que os locais irregulares não encontrem espaço de atuação. “Precisamos garantir que a sociedade conheça, de fato, o que é uma comunidade terapêutica, o trabalho que desenvolve, não deixando que os maus exemplos, de instituições que nem sejam realmente comunidades, possam ser colocadas na mesma categoria de avaliação de quem se dedica a levar dignidade à população”, classifica o deputado.
Apoio
Ao fazer uso da palavra, o deputado Jeferson Rodrigues enfatizou, também, a necessidade do apoio do poder público em favor do social. “É muito fácil as pessoas apontarem o dedo e quererem opinar numa realidade em que não vivem”, ponderou o republicano. “Em nome de todo o Parlamento goiano afirmo que vocês têm o nosso respeito, o nosso carinho e o nosso comprometimento”, ressaltou, com a afirmativa de que o Parlamento irá “trabalhar em busca de ações que possam amenizar os problemas, em parceria com o poder público estadual e federal”.
Valorização
Presidente da Associação Goiana das Comunidades Terapêuticas, Sonis Henrique destacou a atuação das comunidades terapêuticas no estado e parabenizou a atuação da Casa de Leis em prol do setor. “Esse encontro é importante para que a gente fortaleça, entenda e saiba que Goiás tem, sim, comunidades terapêuticas sérias e responsáveis, que acolhem, cuidam e zelam pelo dependente químico que quer e busca a libertação. São esses estabelecimentos que precisam ser valorizados e é de extrema importância que parabenizo essa iniciativa da Frente Parlamentar”, pontuou.
Representante da Federação das Organizações Não-Governamentais do Estado de Goiás, João Paulo enfatizou que o terceiro setor “é uma mão que chega e acolhe” aqueles que necessitam e ressalta a necessidade da união em torno da pauta, para ampliar a discussão a respeito da categoria e mostrar à sociedade o trabalho realizado.
Arísio Ribeiro, por sua vez, destacou a realidade das comunidades terapêuticas, com a afirmativa de que a maioria existente em Goiás não é regularizada, atualmente, e não possui condições financeiras. “Ainda assim, não deixam de executar um trabalho relevante perante a nossa sociedade”, enfatizou, ao afirmar que o Fórum Goiano do Terceiro Setor permanece à disposição das entidades para prestar o apoio necessário para a continuidade do trabalho.
Presidente da Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas, e também missionária da Fazenda da Esperança, Fátima Roriz deu continuidade ao debate com destaque para a importância da regularização das comunidades terapêuticas. “Enquanto Confenact, gostaria que todas as comunidades fossem regulamentadas”, frisou. “A gente precisa cada vez mais regulamentar para que você possa ter recursos, crescer e fazer com que o sonho vire realidade”, acrescentou.
Demandas
O encontro contou com a participação de diversos representantes e integrantes de comunidades terapêuticas. Na ocasião, foram levantadas demandas com o intuito de que essas sejam apresentadas aos Poderes Executivos estaduais e municipais, em busca de melhorias ao setor.
À frente do debate, o deputado Jeferson Rodrigues se comprometeu a levar as demandas aos órgãos responsáveis, com a afirmativa de que o Parlamento tem o dever de servir a população. “A Frente Parlamentar do Terceiro Setor está aqui para acolher, ouvir e construir em quatro mãos ações positivas em favor das comunidades terapêuticas”, frisou, ao demonstrar, ainda, o desejo para que o terceiro setor goiano possa vir a ser referência no Brasil, por meio do desenvolvimento do setor social em Goiás, em favor dos mais vulneráveis.