A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) inaugurou na manhã desta quarta-feira, 17, a exposição “Cora Coralina: sou Paranaíba pra cá”, em celebração ao aniversário de 133 anos da poetisa. A mostra conta, ainda, com a exposição “Nunca te vi, sempre te amei” com cartas e poesias trocadas entre a escritora e Carlos Drummond de Andrade.

O evento é idealizado pela seção de Atividades Culturais da Casa em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e por isso, tem como público alvo os alunos da rede estadual, em especial os jovens do ensino médio. Porém, qualquer visitante é bem-vindo e poderá contemplar a exibição.

Aproximação com os jovens

Servidora da Casa e responsável pela exposição, Gabriella Gouvêa expôs que o objetivo da mostra é ratificar a importância de Cora na cultura goiana, além de aproximar o jovem do Parlamento goiano. “Serão dez dias de exposição gratuita, promovida pela Assembleia, que estimulará os jovens a se conectarem com a cultura goiana, incentivando a leitura e a escrita, além de desenvolver o sentimento de pertencimento”, disse.

Segundo Gouvêa, três escolas compareceram na abertura do evento, aproximadamente 120 estudantes. A expectativa é que a mostra receba diariamente 80 alunos da rede pública estadual.

Resgate cultural

O evento inaugural contou com a apresentação do espetáculo “Sobre figos e folhas” pela companhia teatral Matula Cênica, do município de Anápolis. A peça retrata, brevemente, a vida de Cora e os eventos importantes que a moldaram enquanto poetisa, misturando músicas, diálogos e releitura de poesias escritas por Cora.

Queli Ferreira é integrante da companhia teatral e explanou sobre a relevância da poetisa no cenário nacional. “O trabalho de resgate cultural de Cora Coralina se dá, sobretudo, pelo fato de ser uma artista regional e que valorizou a cultura goiana. E falar, ainda, de seu papel enquanto mulher à frente do seu tempo, como ela própria diria. Cora quebrou vários estigmas sociais da época, para sustentar sua família e para correr atrás de seus sonhos. Foi uma mulher extremamente forte”, concluiu.

Os estudantes que compareceram à inauguração puderam, ainda, assistir uma palestra ministrada pela professora da faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiandira Ortiz e pela diretora do museu Casa de Cora, Marlene Vellasco. O seminário explanou em detalhes a obra de Cora Coralina em suas 15 publicações.

Além disso, as palestrantes contaram curiosidades e eventos importantes da vida de Cora. Marlene explicou que a exposição leva o título em referência a um poema da poetisa goiana, onde declama seu amor e suas raízes em Goiás. “Paranaíba é o rio que divide os estados de Minas Gerais e Goiás. Quando Cora diz que é Paranaíba pra cá, ela diz que é de Goiás, que está do lado de cá, e prova mais uma vez sua devoção por essas terras”, explicou a diretora do museu.

O evento ainda apresenta, com exclusividade, cartas trocadas entre Cora Coralina e Carlos Drummond de Andrade, também renomado escritor brasileiro. Cora e Drummond se tornaram grandes amigos e admiradores, apesar de nunca terem se encontrado pessoalmente. Cora é uma das principais poetisas do Brasil e seu trabalho é conhecido internacionalmente.