Cairo Salim questiona movimentação do MST em propriedades rurais
Na sessão ordinária que ocorre no plenário Iris Rezende, na Alego, nesta terça-feira, 14, o deputado Cairo Salim (PSD) criticou o que caracterizou como, “Brasil afora”, “uma movimentação muito forte do MST invadindo propriedades”.
“Aqui em Goiás estiveram na Secretaria da Agricultura na semana passada, foram lá se manifestar pelo que acreditam ser o direito deles”, afirmou. “Mas é necessário lembrar que neste país existe Constituição, e um dos pilares dela é a propriedade privada. Você não pode entrar na casa do seu vizinho, seja na cidade ou no campo”.
Salim disse ser preciso “assegurar, no Estado democrático de direito, que as pessoas que trabalham e adquirem coisas” as tenham garantidas, e argumentou que o contrário acarreta o risco de afugentar investimentos e de fazer do país “uma nação onde tudo pode, o que é terrível”.
Ele reforçou ser necessário garantir o direito de propriedade “aos homens do campo, aos trabalhadores rurais que estão lutando de sol a sol para pagar suas contas, e mesmo aos proprietários de grandes fazendas, que pagam impostos caros”.
Salim ressalvou não ser “dos que acham que no movimento [MST] tem só bandido”, afirmando saber que nele “há também gente de bem, gente muitas vezes que é enganada, achando que aquilo ali vai lhe assegurar uma terra”. Acrescentou ser “preciso, sim, dividir terras no país, fomentar a agricultura familiar”.
Criticou, porém, a “forma como a reforma agrária é feita no país”, dizendo haver muitos assentamentos “onde as pessoas não produzem uma mandioca, não foram ensinadas a produzir, não têm apoio do Governo federal, estão ali recebendo Bolsa Família”.
O parlamentar concluiu afirmando que as invasões “são graves” e relembrou que a própria Assembleia Estadual foi invadida. “Até hoje não vi ninguém na cadeia, mas os que fizeram [isso] lá em Brasília [em 8 de janeiro] foram chamados de terroristas”.