Projeto que cria novo colégio militar provoca discussão na CCJ
Durante votação de projeto que visa a criação de mais um colégio militar em Goiás, o deputado Mauro Rubem (PT) fez uso da palavra em reunião da Comissão de Constituição e Justiça, realizada na tarde desta terça-feira, 21, para se manifestar contra a proposta. Trata-se do projeto nº 10929/22, de autoria de Coronel Adailton. A propositura altera a Lei n° 19.651, de 12 de maio de 2017, que dispõe sobre a criação de Colégios da Polícia Militar do Estado de Goiás (CPMG) nos municípios que especifica. O encontro do colegiado aconteceu na sala das comissões do Palácio Maguito Vilela.
Mauro Rubem afirmou que o fato do setor de Segurança Pública se dedicar ao funcionamento de escolas representa uma distorção do papel da Segurança Pública. “Não é papel da polícia cuidar de escola. A gente precisa fazer o inverso, que é valorizar a Educação. Este processo de militarização das escolas começou já tem um bom tempo. Está na hora de parar. Não podemos mais achar que isso é normal, natural. Na Comissão de Educação temos de criar condições para discutir isso. Professor é a profissão mais importante. Nessa esteira da militarização da Educação estamos perdendo toda a beleza que a escola representa”, comentou.
A deputado Bia de Lima, que não faz parte da CCJ, mas acompanhava a reunião de forma remota, pediu a palavrar para solicitar ao líder do Governo, deputado Wilde Cambão (PSD) para envolver o Governo nessa discussão. “Precisamos discutir os propósitos da escola militar mais a fundo”, sugeriu.
O deputado Coronel Adailton (Solidariedade) defendeu sua proposta com o argumento de que as escolas militares têm mostrado resultados positivos. “Atualmente são 74 escolas militares em todo o estado. Elas tem fortalecido a Educação no estado e contribuem para que sejamos atualmente o primeiro lugar em Educação no País. Todos nossos 246 prefeitos sonham com um colégio militar em suas cidades. Da mesma forma a população”, salientou.
O deputado Lincoln Tejota (UB) manifestou seu apoio à matéria e ressaltou que a implantação de escolas militares ocorre geralmente a partir de sugestões da própria população.