Comandante do Batalhão Maria da Penha é entrevistada pelo Programa Alego Mulher

Goiás é o primeiro e único estado do país a ter um Batalhão Maria da Penha (BMP). A unidade vinculada à Polícia Militar do Estado de Goiás é comandada pela major Marinéia Mascarenhas, convidada do programa Alego Mulher. O programa estreou no sábado, dia 1º de julho na TV Assembleia. As jornalistas Daniela Melo, Honória Dietz e Brunelle Portela conversaram com a comandante sobre o serviço de policiamento ostensivo para segurança no atendimento qualificado às ocorrências de violência doméstica contra as mulheres.
A Patrulha Maria da Penha de Goiânia foi instituída no ano de 2016 e em 2020, ela se tornou batalhão. O BMP se dedica exclusivamente ao atendimento às mulheres que possuem medida protetiva contra seus respectivos agressores. Segundo a major, na Capital goiana, são cerca de 3900 pessoas.
“É um trabalho pesado e desafiador, mas extremamente recompensante. Não é fácil oferecer todo o apoio que as vítimas de violência doméstica precisam, mas saber que estamos mudando a realidade de tantas mulheres faz tudo valer a pena”, avalia Mascarenhas.
Os casos a serem assistidos pela unidade são encaminhados diretamente pela Justiça. Assim que recebe a demanda, o BMP entra em contato com a vítima e se coloca à sua disposição, realizando ações que visam fiscalizar a efetividade da medida protetiva e garantir a segurança da mulher e de sua família. O acompanhamento dura até o fim da previsão legal para afastamento do agressor.
“Desde a criação do Batalhão, nenhuma de nossas assistidas foi vítima de feminicídio. Ficamos muito orgulhosas em saber que nosso trabalho é responsável por salvar vidas”, aponta a entrevistada.
O BMP atua também para capacitar outras unidades, tendo realizado, em 2023, o 1º Curso Operacional Maria da Penha. A iniciativa visou padronizar as ações das tropas que compõem as Patrulhas Maria da Penha em Goiás, estimulando a empatia no atendimento às vítimas.
Outra frente de atuação da comandante Marinéia é a realização de cursos e palestras para a população feminina. “O objetivo é espalhar o conhecimento sobre o que é a violência doméstica. Muitas mulheres não denunciam porque não há agressão física, mas ela não é a única possível”, detalha. Para a major, o maior desafio é estimular a vítima a dar o primeiro passo para romper o ciclo de violência.
“Hoje, as notificações têm aumentado porque temos mais consciência e esse é um cenário que precisa continuar se ampliando. As mulheres devem saber que o Estado tem condições de oferecer uma rede de proteção eficaz”, avalia. E completa: “A violência doméstica é um problema estrutural da sociedade, para resolvê-lo é necessário ampliar o entendimento acerca da gravidade desse tipo de crime, não é só prender os agressores”.
Durante a conversa, a comandante também fala sobre o papel do Legislativo na luta contra a violência doméstica e encerra com um apelo: “Rompam com o ciclo de violência o quanto antes e saibam que estaremos à disposição sempre”.
A entrevista completa está na programação da TV Alego, no canal 32.1 da TV aberta. Ou no perfil da emissora no YouTube.