Delegada Ana Elisa, titular da Delegacia da Mulher, é a entrevistada do Programa Alego Mulher neste fim de semana

Delegada Ana Elisa Gomes, que atualmente é titular da Delegacia Estadual de Combate à Violência Contra a Mulher em Goiás (Deam), foi a entrevistada do Programa Alego Mulher, da TV Alego, que vai ao ar neste sábado, 5. No bate papo, a delegada falou sobre o trabalho que a Deaem realiza no Estado de Goiás, e a importância de ter uma delegacia especializada voltada ao combate à violência contra a mulher.
As jornalistas Monalisa Carneiro, Honória Dietz, Luzeni Almeida conversaram com a delegada sobre os casos e falaram sobre sua jornada na polícia e os trabalhos que estão sendo desenvolvidos. “O sistema utilizado pela delegacia é bem adaptado especialmente para receber demandas de mulheres violentadas, com todo suporte, pois esperamos oferecer, de fato, o que a população merece, que é uma nova delegacia como essa que foi criada”, avalia Ana Elisa.
Ao ser questionada pela jornalista Luzeni sobre o homem que violenta a mulher, disse que, quando os agressores precisam comparecer à delegacia para darem seus depoimentos, esses ficam na defensiva e repetem as famosas frases: “Eu estava cego de raiva”, “ela feriu meu ego”, “ela me traiu”. Ana Elisa, na sequência, respondeu que não é aceitável que eles utilizem esses tipos de defesa para se sobressaírem à situação em que a mulher se encontra frágil e que ela é a vítima. Ela lembrou que por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta terça-feira, 1° de agosto, proibir o uso da tese de legítima defesa da honra para justificar a absolvição de condenados por feminicídio. Com essa decisão do Supremo, advogados de réus não poderão usar o argumento para pedir absolvição pelo Tribunal do Júri. Além disso, os resultados de julgamentos que se basearem na tese poderão ser anulados.
A jornalista Honória Dietz logo, em seguida, comentou sobre o novo projeto que está em tramitação no Congresso Nacional que se chama “não é não”. Esse possui como objetivo a proteção das mulheres em casas de bares, shows e eventos públicos, onde normalmente acontecem assédios, momento em que as vítimas se encontram em estado de vulnerabilidade. A delegada, ao responder o bate-papo, falou que a proposta “não é não” tem o sentido de punir e conscientizar o agressor. A população pode também fazer sua parte na questão de denunciar casos de algum tipo de violência doméstica contra a mulher.
Ao finalizar, Ana Elisa disse que a violência contra a mulher não escolhe raça, cor, classe social ou etnia: “ A violência contra a mulher infelizmente é algo generalizado. Então, ligue e denuncie 180”, reforçou a delegada.